PROFESSORES PODERÃO ENTRAR EM GREVE

Professores mantêm para dia 9
decisão sobre greve
Foto:Fábio Cortez/DN
Coordenadora do Sinte, Fátima Cardoso: “governo quer fazer do piso, teto”
O ano letivo dos alunos da rede estadual de ensino vai começar em meio ao fogo cruzado entre professores e governo. Não bastasse o adiamento do início das aulas, que foi transferido de 09 de fevereiro (amanhã) para 02 de março, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) tem indiciativo de greve marcado justamente para o dia em que os estudantes retornarão às salas.O embate entre governo e sindicato já começou em torno do adiamento do início das aulas. A Secretaria Estadual de Educação (SECD) tomou a decisão sob o argumento de que precisou adequar a data aos calendários escolares de algumas prefeituras para viabilizar convênios de transporte escolar. Já o Sinte entende que há pressão do governo por causa do indicativo de greve.O secretário Ruy Pereira rechaça esse argumento. Ele garante que precisou alterar a data para não prejudicar o transporte de alunos da zona rural, uma vez que vários municípios já tinham marcado o início do ano para 02 de março. ‘‘Grande parte dos prefeitos disse que as aulas da rede municipal começam em março e pediram para que o estado adiasse para essa data’’, justifica.Pereira explicou que os convênios servem para que os próprios municípios operem o transporte tanto de alunos da rede municipal como estadual. Desta forma, acrescenta, o início antecipado das aulas do estado iria prejudicar alunos da zona rural. ‘‘Enquanto as aulas da rede municipal não começassem, muitos alunos da zona rural ficariam sem transporte’’, argumenta.Apesar disso, Ruy Pereira garante que a carga horária de aulas não será prejudicada. ‘‘Não haverá prejuízo para nenhum aluno porque o ano letivo terá os mesmos 200 dias de aula’’ diz. O adiamento do início das aulas foi publicado na edição da última sexta-feira do Diário Oficial do Estado. A rede estadual de ensino tem cerca de 350 mil estudantes matriculados.Por sua vez, o Sinte acredita que o governo adiou as aulas como estratégia para enfraquecer o movimento grevista. Um indicativo de greve estava marcado para amanhã, dia em que começariam as aulas, mas acabou sendo adiado com a mudança do início do ano letivo. ‘‘Mas essa estratégia não deu certo porque também adiamos o indicativo’’, afirma Fátima Cardoso, coordeadora do Sinte.De acordo com Fátima Cardoso, o governo não está implementando o piso salarial nacional, em vigor desde 16 de julho de 2008, que prevê o valor mínimo de R$ 950 como vencimento dos professores que trabalham até 40 horas semanais. Ela diz que o governo não está cumprindo a lei ao pagar valores proporcionais a quem trabalha menos de 40 horas.‘‘O governo está transformando piso em teto quando paga valores inferiores aos 950 reais previstos por lei’’, afirma a coordenadora. Para ela, não deveria haver proporcionalidade no pagamento do piso. ‘‘A lei não diz que o piso é para quem trabalha 40 horas, mas para quem trabalha no máximo 40 horas’’, defende. Ela espera que o adiamento das aulas sirva para facilitar as negociações com o governo.
Fonte: Viktor Vidalda Equipe de O Poti

Deixar um comentário