O contrapeso do PSDB à vitória de Dilma Rousseff

Derrotado na corrida à Presidência, o PSDB saiu das eleições deste ano como o campeão na disputa pelos Estados – oito vitórias – e terá, a partir de janeiro, quase metade do eleitorado brasileiro sob sua administração – 64,5 milhões, que representam 47,5% do total.

Os tucanos já haviam faturado a eleição no primeiro turno em quatro Estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Tocantins, sendo os dois primeiros os maiores colégios eleitorais do país.

A esse cinturão no Centro-Sul do mapa somaram-se vitórias em mais quatro praças ontem: Alagoas, Pará e Goiás e Roraima.

O resultado está acima dos prognósticos mais otimistas feitos pelo comando do partido no início da campanha, cuja expectativa era faturar no máximo seis Estados.

Em números, é o melhor desempenho da sigla desde 1994 – 52% dos eleitores -, quando houve uma onda nos Estados alavancada pela eleição de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Em 2006, conseguiu 43%.

A fatia da oposição é composta ainda pelo DEM, que faturou no primeiro turno em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte. Juntos, PSDB e DEM detêm 52,5% do país.

A conquista oposicionista nos Estados torna-se um contrapeso à vitória de Dilma Rousseff (PT), que contará com apoio certo de 16 governadores – o PMN, vencedor no Amazonas, estava na chapa de José Serra (PSDB).

O PT teve crescimento discreto – de 13,5% para 15,7% -, faturando em quatro Estados (AC, BA, RS e SE) e no Distrito Federal. Além da reeleição na Bahia, a grande vitória petista foi no Rio Grande do Sul.

Maior partido do Brasil, o PMDB encolheu e comandará 15,3% do eleitorado, ante 22,8% há quatro anos. A legenda administrará cinco Estados (MA, MS, MT, RJ e RO).

Outro destaque destas eleições é o PSB, que termina com seis vitórias (PB, CE, PE, ES, PI e AP), totalizando 14,8% do eleitorado. A força dos “socialistas” está concentrada no Nordeste.

CONGRESSO

O triunfo da oposição na geopolítica do país é, entretanto, relativizado pela ampla maioria que Dilma terá no Congresso.

De largada, a petista conta com 311 dos 503 deputados. Mas, se tomado o arco de partidos que hoje apoiam o governo Lula, ela teria uma base de 402 parlamentares – a maior desde a redemocratização do Brasil.

Os principais alvos de negociação do futuro governo Dilma serão PP, PTB e PV, que não se coligarem formalmente em sua chapa na disputa ao Palácio do Planalto.

No Senado, a petista também terá maioria confortável, que variaria hoje entre 52 e 60 das 81 cadeiras.
Fonte: Folha de S.Paulo – Hoje

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