Eleita, Dilma já usufrui de regalias da Presidência

De Luciana Marques e Gabriel Castro, da Veja.com
Regalias não faltam no cotidiano de um presidente da República. Para citar algumas: aviões e helicópteros particulares à disposição e um buffet diário preparado por um bom chef.
Antes mesmo de tomar posse, Dilma Rousseff já tem direito a esses benefícios e a uma série de outras vantagens. Depois de participar do encontro do G-20, com recursos pagos pelos cofres públicos, a presidente eleita vai morar na Granja do Torto, residência oficial do presidente da República.
Com o clima de uma casa de campo, a Granja é mais informal do que o Palácio da Alvorada – atual residência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Possui piscina, campo de futebol e uma famosa churrasqueira, a menina dos olhos de Lula. Também é cercada por animais como cachorros, avestruzes e pássaros. Aliás, a presidente levará para lá seu bicho de estimação: um labrador, chamado Nego – herança do ex-ministro José Dirceu.
No pacote da Granja está incluída ainda uma equipe de administradores, cozinheiros e faxineiros. Todos à disposição de Dilma.
As benesses não param por aí. A legislação também garante seguranças particulares para a presidente eleita, inclusive agentes da Polícia Federal (PF).
Dilma tem direito ainda a transporte em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), além de um motorista particular.
No período de transição, 50 funcionários devem servir à petista. A lista inclui assessores de imprensa, fotógrafo, secretárias e auxiliares próximos, nomeados à escolha da presidente eleita.
O governo federal disponibilizou 2,8 milhões de reais para a equipe de transição: 1,2 milhão para gastos com pessoal e 1,6 milhão para despesas de custeio.
Salário – Como presidente eleita, contudo, Dilma Rousseff terá uma queda significativa em seus rendimentos. O salário de presidente é de 11.720 reais, 700 a mais do que o de ministra.
Acontece que, antes da disputa eleitoral, a petista ocupava a presidência do Conselho da Petrobrás – o que, em 2009, rendeu a ela, em média, 6.300 reais por mês.
Na prática, o salário de presidente equivale ao de um jogador de futebol de segunda divisão. Mas não há dúvidas: os benefícios compensam. Depois de empossada, Dilma Rousseff não terá de se preocupar com alimentação, transporte, segurança, moradia, contas de luz, água e telefone.
Portanto, se preferir, Dilma não terá dificuldades para poupar integralmente o salário. Levando-se em conta o valor bruto, poderia reunir, em quatro anos de governo, mais de 590 mil reais. Um belo pé-de-meia.
Sigilo – A maior parte das despesas pessoais do presidente da República é sigilosa. Em 2010, somente os gastos secretos com cartão coorporativo totalizam 4,1 milhões de reais. No ano passado, 6,8 milhões e, em 2008, 4,8 milhões.
Entre as poucas informações divulgadas, é possível se ter uma ideia do tipo de conta que é paga pela Presidência. Na lista de gastos com cartão corporativo há despesas com farmácias, cafeterias e lojas de fotografia, por exemplo.
O presidente da República também tem um direito inimaginável para os trabalhadores comuns: as despesas de férias pagas com recursos públicos. Basta escolher para onde e quando deseja viajar. Lula tinha uma predileção especial pela Base Naval de Aratu, em Salvador (BA).
Lá, passou a maior parte dos dias de descanso, geralmente no início de cada ano. O presidente tinha para si e seus convidados a praia de Inema, sob proteção das Forças Armadas e sem custos de hospedagem.
O que nem todo o aparato estatal consegue garantir é a privacidade absoluta: em janeiro deste ano, Lula foi filmado carregando uma caixa de isopor sobre a cabeça.
Dilma Rousseff tentou despistar os repórteres ao embarcar para alguns dias de descanso após as eleições em Itacaré, na Bahia. O sigilo sobre o esconderijo não durou um dia.
Terminado o mandato de Dilma, acabarão também as vantagens de ser presidente. Algumas, entretanto, permanecerão para sempre. A petista terá direito até o fim de seus dias a quatro servidores – para segurança e apoio pessoal – e dois veículos oficiais com motoristas. O dinheiro sai do bolso do contribuinte. 

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