Operação da Polícia Civil e Polícia Federal prende quadrilha acusada de matar líder do PT de Serra do Mel

Por Assessoria de Imprensa Degepol

Uma operação conjunta entre as polícias Civil e Federal denominada “Matadores de Aluguel” e deflagrada na última sexta-feira (01), resultou na prisão de cinco integrantes de uma quadrilha acusada de matar o editor do Jornal Serrano e líder regional do PT de Serra do Mel, Ednaldo Figueira. A ação foi divulgada na manhã dessa segunda-feira (04), em entrevista coletiva com a cúpula da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed) e a Superintendência da Polícia Federal, na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil (Degepol).

Ao todo foram presos cinco homens identificados como Rafanio Brito de Azevedo, 30 anos, vulgo Alemão, considerado o agenciador e intermediário entre os mandantes e os executores; Abnadabe Nunes Ismael Pereira da Silva, 31, o “Foguinho”, um dos executores do crime; Fábio Ferreira da Silva, 23, “Galego”, que também atuou como um dos executores; Paulo Ricardo da Costa, 24, “Paulinho”, que forma o trio que executou Ednaldo, e, Marcelio de Sousa Moura, 29, acusado de prestar apoio logístico ao bando e guardar as armas. Três deles foram pegos em Natal, um na cidade de Mossoró e outro na Vila Guanabara, em Serra do Mel.

Além das prisões, foram apreendidas oito armas, sendo quatro espingardas calibre 12 e quatro revólveres calibre 38. Também foram apreendidas uma grande quantidade de munições de calibres 12 e 38, intactas. A operação Matadores de Aluguel foi assim chamada em virtude de alguns integrantes do bando lidar com execuções a mando de terceiros. Existem indícios de que os presos tenham matado inúmeras pessoas no Rio Grande do Norte nos últimos tempos. O delegado da Polícia Civil, Odilon Teodósio, e o delegado da Polícia Federal, Elton Zanatta, comandam as investigações sobre o caso.

Após as provas colhidas, a polícia suspeita que o crime tenha sido feito por encomenda e motivado pela atividade jornalística que Ednaldo exercia na região de Serra do Mel, em especial por estar criticando determinadas pessoas ligadas ao mundo político daquele município. A conduta jornalística da vítima estaria contrariando interesses de determinadas pessoas.

Além do petista, os pistoleiros também foram contratados para matar um comerciante da mesma cidade, também pelos mesmos mandantes. O homicídio, porém, não chegou a ser concretizado. O bando também é acusado de executar um homem identificado como Jailton Galdino da Silva no último dia 06 de abril, também em Serra do Mel.

Mais três pessoas seriam executadas pela quadrilha nos próximos dias, segundo as investigações da polícia, todas elas residentes na Grande Natal. A polícia continua as investigações no sentido de identificar o mandante dos assassinatos, bem como para encontrar mais provas sobre sua motivação.
Para o Delegado Geral da Polícia Civil, Fábio Rogério Silva, a operação é resultado da união de esforços entre as Polícias Civil e Federal. “Estamos de parabéns por conseguirmos elucidar esse crime de forma rápida e esperamos que outros delitos dessa quadrilha possam ser esclarecidos a partir dessas investigações”, declarou.

CRIME

O líder do PT em Serra do Mel, Ednaldo Figueira, foi executado no último dia 15 de Junho, por volta das 22hs, quando se encontrava em frente ao imóvel onde mantinha um comércio e onde também funcionava o seu jornal, no centro daquele município. Os criminosos estavam em uma motocicleta e efetuaram vários disparos na vítima, que na ocasião conversava com três moradores. A vítima morreu no local.

A Polícia Federal foi designada para elucidar esse caso por três fatores: para verificar se este homicídio tem relação com a onda de assassinatos ocorrido no final do mês de maio, no norte do país, mais precisamente no Pará e em Rondônia, contra líderes de movimentos sindicais e populares; para verificar se o crime estaria ligado à atividade jornalística da vítima que pudesse ferir o direito à liberdade de imprensa; e devido a um requerimento forma do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, sob argumento de que o crime poderia estar relacionado à atividade político partidário da vítima.

 

 

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