Especialistas apontam estratégias de estudo para concursos

Carlos Bafutto, especial para o Congresso em Foco/SOS Concurseiro

Concentração e estratégia são fundamentais para um bom desempenho nas provas

Muitas são as estratégias adotadas pelos concurseiros para alcançar a aprovação dentro das vagas disponibilizadas em concursos públicos. A escolha da tática a ser utilizada varia de acordo com o perfil e das possibilidades de cada candidato. Enquanto alguns contam com mais facilidades, outros têm que conciliar os estudos com rotinas atribuladas que incluem obrigações profissionais e familiares. Ouvimos especialistas para obter dicas de estudos que podem facilitar esse árduo caminho rumo à aprovação.

Segundo o professor de Direito Administrativo Gustavo Barchet, antes de qualquer coisa o concurseiro deve se esforçar para adquirir elevado nível de concentração. “É importante que a mente esteja livre para o conteúdo, mesmo que para isso seja necessário diminuir o tempo diário de estudos. Quem tem dificuldade de concentração deve considerar seleções com disciplinas menos complexas”, aconselha.  “Abriu-se o livro, fechou-se o mundo”, brinca.

Gustavo recomenda também que o candidato eleja e estude apenas um livro para cada disciplina (ou tópico). “Dessa forma, não há risco de o concurseiro se confundir com diferentes abordagens do mesmo conteúdo”, explica. “Além disso, é necessário que se leia o mesmo livro pelo menos três vezes para uma assimilação adequada”, afirma.

De acordo com o professor, deve-se seguir a seguinte metodologia: “O primeiro passo diz respeito ao conhecimento do conteúdo cobrado. Nessa fase, o livro escolhido pelo candidato deve ser lido duas vezes. Se a matéria for do campo jurídico, deve-se estudar também o que é chamado de ‘lei seca’, ou seja, ler o Código Civil e a Constituição Federal antes mesmo de partir para o estudo teórico”, ensina. “Na semana seguinte, o concurseiro deve começar a resolver questões de provas três vezes por semana, anotar comentários de cada questão resolvida e enumerar, em outro local, as questões que errou. É chegada então a hora da terceira leitura do livro de teoria, utilizando-se a mesma sistemática do primeiro passo”, recomenda.

Como estudar apenas o necessário

O diretor da Academia do Concurso, professor Paulo Estrella, é categórico: “Ninguém está totalmente preparado para uma prova de concurso. Em seleções abertas a qualquer área de formação, os candidatos concorrem em igualdade de condições”, afirma. “Em seleções para servidores de nível superior, o candidato ‘briga’ com a prova. Já em seleções de nível médio, a ‘briga’ é com os outros candidatos”, afirma. Para o professor, o valor do salário é proporcional ao conteúdo programático. “Quanto maior o conteúdo, maior o salário”, avalia.

Estrella aconselha o que chama de “técnica do resgate da informação”. “O candidato deve dividir o conteúdo de cada disciplina por partes. Suponhamos que o candidato tenha dividido determinada disciplina em três partes. Para assimilar com segurança o que será estudado, ele deve fazer o seguinte: estuda a teoria da primeira parte e resolve exercícios dessa parte. Então, estuda a teoria da segunda parte e resolve exercícios da primeira e da segunda parte. Por fim, estuda a teoria da terceira parte e resolve exercícios da primeira, da segunda e da terceira parte”, exemplifica.

De acordo com o professor, a missão do concurseiro bem sucedido é saber tudo o que foi cobrado pela banca examinadora nas provas aplicadas em seleções anteriores para a carreira pretendida. Ele aponta algumas razões pelas quais o candidato deve seguir tal estratégia:

  • Quando o concurseiro baseia seus estudos nas provas anteriores, vai perceber que nem tudo o que estava contido no edital daquele concurso foi cobrado. Procure se concentrar no que foi cobrado nessas provas;
  • As bancas examinadoras têm baixa rotatividade de professores, ou seja, geralmente os professores que elaboram as provas são os mesmos;
  • A criatividade desses professores não é infinita, e a tendência é que a abordagem dos conteúdos seja bem semelhante à utilizada nas provas anteriores;
  • Os professores preferem cobrar conteúdos para os quais têm segurança, evitando assim o risco de questões passíveis de recursos após a divulgação dos gabaritos;
  • Cada banca possui características próprias e as provas elaboradas por determinada banca dão ótimas pistas para que o candidato domine a forma como uma banca “pensa”.

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