Resistência a plebiscito de Dilma cresce no Congresso

Presidente envia proposta de consulta popular, mas parlamento não deve se empenhar

Deu no Globo

por Chico de Gois, Luiza Damé, Catarina Alencastro e Paulo Celso Pereira

BRASÍLIA — Depois de ver sua popularidade despencar, a presidente Dilma Rousseff, que reuniu ontem 36 de seus 39 ministros na Granja do Torto, envia hoje ao Congresso uma proposta de plebiscito para uma reforma política, com a ressalva de que os partidos e os políticos é que definirão o que será perguntado. Apesar da atenção aos partidos e da esperança manifestada de que as alterações possam ser implementadas para as eleições do ano que vem, uma reforma política que valha já em 2014 começa a se tornar um sonho cada vez mais distante. Dos 513 deputados, cerca de 240 pertencem aos três partidos da oposição e aos quatro partidos da base governista cujas lideranças já se colocaram publicamente contra a convocação de uma consulta popular ainda este ano. O tema, no entanto, ainda divide outras bancadas, inclusive a do próprio PT.

Para realizar o plebiscito o Congresso precisa aprovar um projeto de decreto legislativo, por maioria simples — ou seja, metade mais um dos presentes na votação. Este grupo de partidos que já pronunciou contra a consulta popular este ano, por meio de seus líderes, reúne 239 votos na Câmara, um quórum bem próximo de 257, que é maioria absoluta dos deputados. Além dos três maiores partidos de oposição — PSDB, DEM e PPS —, são contra o plebiscito este ano o PMDB, PP, PTB e PSC.

Deputados e senadores não estão dispostos a dar andamento tão célere à proposta. Eles consideram que, com a ideia do plebiscito, a presidente jogou o problema para eles, deixando-os com a bomba na mão e livrando-se de críticas. Hoje o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, colocará o tema em debate na sua bancada. O líder pretende incluir dez propostas para serem votadas em um plebiscito, entre elas a possibilidade de instituir o parlamentarismo, o fim da reeleição e o mandato de cinco anos para todos os eleitos, pondo fim ao mandato de oito anos para senador. O ponto que o partido não abre mão é que o plebiscito não afete as eleições do próximo ano. Leia mais http://oglobo.globo.com/pais/resistencia-plebiscito-de-dilma-cresce-no-congresso-8880668

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