DILMA: VOTO É A FONTE DA MINHA LEGITIMIDADE E NINGUÉM VAI TIRAR

CRISE POLÍTICA

ELA DISSE TER ‘LEGITIMIDADE’ PARA GOVERNAR DEVIDO A VOTOS OBTIDOS NA ELEIÇÃO

LEMBRANDO QUE JÁ VIVEU E SOFREU NA ÉPOCA DA DITADURA, PRESIDENTE DISSE QUE O BRASIL HOJE É UMA DEMOCRACIA (FOTO: ROBERTO STUCKERT FILLHO)

A presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira, 7, em Boa Vista seu discurso mais duro até agora contra as ameaças de impeachment que rondam seu governo e cobrou do Congresso respeito à democracia. Ao entregar cerca de 700 casas do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, a presidente aproveitou a plateia favorável. “Este País é uma democracia e uma democracia respeita sobretudo uma coisa: respeita a eleição direta pelo voto popular. Eu respeito a democracia do meu País. Eu sei o que é viver numa ditadura por isso eu respeito a democracia e o voto. Podem ter certeza, eu honrarei o voto que me deram”, afirmou. “A primeira característica de quem honra o voto é saber que ele é a fonte de minha legitimidade e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”.

A presidente discursou por cerca de 30 minutos e, depois de falar longamente sobre os programas, deixou para o final a defesa de seu governo. “Temos de nos dedicar à estabilidade institucional, econômica e política do País. Eu sei que as pessoas estão sofrendo. Por isso eu me comprometo a trabalhar diuturnamente. Essa é minha obrigação”, disse.

“Eu vou contribuir e me esforçar pela estabilidade. Em uma democracia devemos ter respeito entre os Poderes. Vou trabalhar incansavelmente para assegurar a estabilidade política do nosso País. Me dedicarei com grande empenho nos próximos meses e anos do meu mandato”, declarou a presidente. Dilma voltou a dizer que sabe “aguentar pressão e ameaças” e que passou por momentos difíceis na vida, mas ressaltou que atualmente o Brasil é muito diferente, por ser uma democracia.

A manifestação da presidente ocorre um dia após líderes da bancada do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio, e no Senado, Cássio Cunha Lima, saírem em defesa de novas eleições e pedir à população que for às ruas no dia 16 para abandonar a bandeira do impeachment e defender a realização de um novo pleito. O vice-presidente do partido, Alberto Goldman, disse no mesmo dia que as falas eram “especulações individuais” dos parlamentares e afirmou que o PSDB ainda não tem posição definida sobre o tema.

Dilma reconheceu mais uma vez as dificuldades econômicas, mas defendeu que hoje o País é “muito mais forte e mais robusto”. “Antes, quando o Brasil tinha qualquer problema, interno ou externo, tinha dificuldade de pagar suas contas externas. Não tinha dólar. Hoje temos mais de US$ 300 bilhões de reservas. Este é um País que tem recursos suficientes e não quebra, que sai das dificuldades”, discursou, lembrando que milhões de pessoas deixaram a pobreza nos últimos anos e afirmando que atualmente o Brasil é “um país majoritariamente de classe média”.

Cerca de 500 pessoas acompanharam o discurso da presidente, na sua maioria futuros moradores da terceira etapa do “Minha Casa, Minha Vida” em Boa Vista, e amplamente favoráveis à presidente. Por diversas vezes, o público entoou o tradicional grito de campanha de “Olê, Olê, Olá, Dilma, Dilma” e interrompeu a presidente com aplausos vigorosos. Os insatisfeitos – um grupo de grevistas do INSS – foram barrados do lado de fora da cerimônia, a cerca de um quilômetro do palco. Dilma chegou e saiu por trás do local do e nem mesmo viu as poucas manifestações contrárias.

MCMV. Dilma aproveitou a cerimônia de entrega de 747 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida em Boa Vista (RR) para reafirmar ” a boa notícia” de que lançará a terceira etapa do Minha Casa Minha Vida no dia 10 de setembro. “Vamos lançar no dia 10 de setembro. Três dias depois do dia da pátria”, disse. Essa é, porém, a quinta vez que a presidente coloca uma data para tirar a terceira fase do programa do papel.

Durante o evento, Dilma destacou a importância de investimentos do governo no Estado e afirmou que considera “um grande desafio” tornar Roraima “um símbolo” na região Norte. A presidente destacou que é preciso aproveitar características naturais do Estado como a luminosidade para investir em energia solar. “Aqui (nas unidades do MCMV) tem esse aquecimento. E a vantagem é pagar menos tarifa de energia elétrica”, afirmou.

De acordo com o Blog do Planalto, as 747 moradias doas residenciais Pérola VI, Pérola VII e Ajuricaba são destinadas a famílias com renda de até R$ 1,6 mil. Os três residenciais somam mais de R$ 46 milhões em investimentos. Segundo o governo, desde 2009, o Minha Casa Minha Vida já entregou 3,9 mil moradias em Roraima, beneficiando 15,6 mil pessoas.

A presidente disse ainda que Roraima deve aproveitar sua localização para se desenvolver. “Roraima está muito bem localizada”, disse. “Queria destacar a necessidade do acordo do Porto de Quantas, na Venezuela. Roraima é o Estado mais próximo da Venezuela, que precisa de grãos e proteínas. Temos que ligar a economia de Roraima a da Venezuela.” (AE)

Fonte:Diário do Poder

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