Planalto adota adiamento como plano de gestão

Ao final de uma semana de derrotas —no Congresso, no TSE, no STF e no TCU— o Planalto concluiu que nenhum problema é tão grande que não caiba no dia seguinte. Ou na semana seguinte. Ou no mês seguinte. Ou até no ano seguinte. Escaldado, o governo adotou o adiamento como estratégia de gestão. quer ganhar tempo para rearrumar a coligação que deveria apoiar Dilma Rousseff no Congresso.

Os operadores políticos da presidente agem para empurrar com a barriga definições estratégicas que dependem do Legislativo. Entre elas a análise dos vetos presidenciais à chamada pauta-bomba, a votação do parecer do TCU que recomenda a rejeição das contas do governo de 2014 e o debate sobre o pedido de abertrua de processo de impeachment na Câmara.

Para sossegar os aliados, Dilma autorizou a mais generosa distribuição de cargos de sua gestão. Vão ao balcão posições de segundo e de terceiro escalão nos ministérios e nas autarquias. Entrarão também no saldão poltronas situadas em empresas estatais. Tudo isso num instante em que a força-tarefa da Lava Jato estima em até R$ 20 bilhões o prejuízo causado pelas propinas e superfaturamentos do maior escândalo da história da República.

Novo gerente do balcão, o ministro Ricardo Berzoini, articulador político de Dilma, deu prazo de dez dias para que seus colegas de Esplanada retirem da gaveta os pedidos de nomeação feitos por políticos e ainda não enviados ao Diário Oficial. Equanto resolve as pendências, o governo passa em revista a composição da Comissão Mista de Orçamento do Congresso.

É nesse colegiado que deputados e senadores começarão a analisar o que fazer com o documento em que o TCU reprove as contas de Dilma do ano passado. O governo farejou problemas. E trama requerer a partidos aliados a substituição de membros da comissão. Busca-se a maioria.

No plano de ação do governo, os vetos presidenciais seriam analisados ainda neste ano, entre o final desse mês e o início de novembro. Quando ao documento do TCU e ao pedido de impeachment, o Planalto tenta empurrar a encrenca para 2016.

Fonte:Blog do Josias de Souza

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