Depoente diz que entregou R$ 4 milhões a funcionário de Eduardo Cunha

Segundo a assessoria do presidente da Câmara, a alegação de Fernando Baiano “é antiga, sem provas e foi desmentida com contundência pela defesa do deputado”. Depoimento não foi exibido pela Casa por exigência de Baiano

Em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, o lobista Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano – apontado na Operação Lava Jato como operador de recursos para o PMDB no esquema de propina da Petrobras – disse nesta terça-feira (26) que entregou cerca de R$ 4 milhões para um funcionário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, chamado Altair. Ele negou, no entanto, que tenha entregado dinheiro pessoalmente a Cunha. “Nunca entreguei dinheiro diretamente para Eduardo Cunha, apenas para pessoas que seriam ligadas a ele”, disse.

Segundo a assessoria do presidente da Câmara, a alegação de Fernando baiano “é antiga, sem provas e foi desmentida com contundência pela defesa do deputado”.

Fernando Baiano também negou ter conhecimento sobre depósito de recursos em contas no exterior e se a declaração de renda de Cunha tinha alguma ilegalidade.

O depoente afirmou que Julio Camargo — empresário condenado por desvios em contratos de aluguel de navios-sonda da Petrobras — teria uma dívida de 16 milhões de dólares e teria fechado um acordo para o pagamento de 10 milhões de dólares. Baiano declarou que pediu ajuda a Eduardo Cunha para cobrar a dívida de Camargo.

Segundo Baiano, o presidente teria ajudado a pressionar o empresário a fazer os pagamentos. “A ideia dele era fazer uma pressão junto à Comissão de Fiscalização [Financeira e Controle] para que a Petrobras informasse sobre os negócios de Julio e as empresas dele junto à Petrobras”, afirmou.

Defesa
O advogado de defesa de Cunha, Marcelo Nobre, afirmou que o processo do Conselho de Ética não trata de imputação de vantagem indevida e que, portanto, os questionamentos não poderiam abordar esse assunto. “Devem ser feitas perguntas específicas sobre o que foi aceito pelo Conselho”, afirmou.

Fonte: Câmara dos Deputados

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