Reforma política virou um caso para o Procon

A reforma política tornou-se um caso para o Procon. O Congresso discute há mais de um ano propostas de reformulação do sistema eleitoral. E tudo o que o Legislativo conseguiu oferecer à plateia foi uma coreografia desconexa e lamentável. Já não há tempo para aprovar uma reforma de verdade para vigorar nas eleições de 2018. A discussão foi reduzida a remendos, entre eles um fundo para pagar campanhas com verba pública.

Se a sensibilidade dos ouvidos fosse transferida para o nariz, a plateia sentiria um cheiro insuportável ao ouvir os debates travados no Legislativo. Bancadas de partidos mal intencionados, comandadas por líderes que não lideram nem a si mesmos, tramam contra o interesse público e impedem a formação de consensos mínimos. Perde-se mais uma oportunidade para reformar um sistema que produz escândalos em série, corruptos em profusão e instituições em acelerado estágio de decomposição.

A conta ainda não foi feita. Mas você está pagando uma fortuna em troca de nada. Além da palco, da iluminação, do som, da TV para transmitir tudo ao vivo, você financia a casa, a comida, o celular, o transporte, os assessores e os salários dos atores. E não recebe a mercadoria. Não seria um absurdo se alguém representasse contra o Congresso nos órgãos de defesa do consumidor.

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