Coronavírus dura mais tempo nas fezes, diz estudo

Um novo estudo chinês constatou que a presença do novo coronavírus em fezes é mais longa do que no sistema respiratório. Embora ainda não seja possível dizer se o vírus estava ativo — ou seja, se tem potencial para infectar —, a pesquisa serve de alerta para cuidadores de certos pacientes, como crianças e idosos, e para países como o Brasil, onde há grave problema de saneamento básico.

A pesquisa foi feita com 3.497 amostras de 96 pacientes confirmados para Covid-19 na província de Zhejiang. Destes, 22 apresentaram formas leves da doença e 74 tiveram alta gravidade.

Foram recolhidas amostras do trato respiratório, fezes, sangue e urina. Por catarro e saliva, a infecção foi confirmada em todos os pacientes. O RNA do vírus também foi detectado nas fezes de 55 pacientes (59% do total) e no sangue de 39 (41%). Apenas a amostra de urina de um foi positiva.

A duração média do vírus nas fezes foi de 22 dias, variando entre 17 e 31. O número é significativamente maior do que nas amostras respiratórias (18 dias, variando entre 13 e 29) e sangue (16 dias, em média).

Os pesquisadores concluem que “a duração do Sars-CoV-2 é significativamente mais longa nas amostras de fezes, destacando a necessidade de fortalecer o gerenciamento de amostras de fezes na prevenção e controle da epidemia”. E mais: que “o vírus persiste por mais tempo, com maior carga e picos mais tardios, em pacientes com doença grave.”

Um outro estudo chinês, realizado na Sun Yat-sen University, publicado no site da revista científica “Lancet”, em 19 de março, avalia que determinar se um vírus é ativo nas fezes nem sempre é fácil e é preciso fazer novas pesquisas, mas alerta para os riscos da transmissão.

O GLOBO

Deixar um comentário