Quando um médico morre…

Jayme Jr: 20 dias no hospital

Por Thaísa Galvão

A morte do médico angiologista natalense Jayme Júnior, aos 52 anos, vítima de coronavírus, faz o domingo da live de Roberto Carlos e do movimento pela volta da ditadura, terminar com uma reflexão.

Até que ponto o Brasil está preocupado em combater a pandemia do coronavírus?

Até que ponto os brasileiros estão preocupados em deixar para trás a polarização que não deveria ter ultrapassado o resultado das urnas em 2018?

A radicalização e extremismo do pleito passado deveria ainda estar dominando os debates?

Deveria ainda estar separando classes, desunindo pessoas, quando pessoas são cada vez mais infectadas, e cada vez morrem em todo o mundo?

A morte do cirurgião vascular Jayme Júnior, na noite deste domingo, é um grito de alerta para quem acha que chamar atenção para os cuidados com a propagação do vírus, é coisa de direita ou de esquerda.

A gente nunca imagina que os médicos morrem.

Porque a gente sempre acredita que os médicos salvam.

E o Brasil vai assistindo a mortes e mortes dos médicos que estudaram para salvar vidas.

Na linha de frente da pandemia, cuidando de pacientes que muitas vezes não compreendem os cuidados preventivos, cada vez mais médicos tem morrido no Brasil.

O cirurgião Jayme Júnior, que pela idade não pertencia a grupo de risco pois tinha só 52 anos, não estudou para perder uma guerra travada na saúde pública onde ele seria um combatente.

Mas perdeu.

Então, caros leitores que limitam a vida à divisão entre direita e esquerda, vale a reflexão…

Parafraseando o rapper brasileiro Emicida: “Quer saber o sentido da vida? Pra frente”.

Ou lembrando a frase atribuída a um trecho do filme sobre a vida de Cazuza:

“Tem o certo. Tem o errado. E tem todo o resto”.

Se cuidem.

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