Apenas 13% das cidades do RN ampliaram a flexibilização

Pelo menos 23 cidades do Rio Grande do Norte publicaram decretos municipais que ampliam a retomada gradual da economia, diferente das recentes decisões do Governo do Estado, que suspendeu o processo de
reabertura e só pretende reiniciar novas frações do plano de reabertura no próximo dia 15. Entre as cidades que não acataram as regras do decreto estadual estão Natal, Parnamirim e Mossoró. As três cidades iniciaram
novas fases da reabertura das atividades do comércio e de serviços
ao longo da semana. Ao todo, apenas 13% dos municípios ampliaram a flexibilização da economia.

Juntas, as cidades de Natal, Parnamirim e Mossoró são as cidades somam 21.627 casos confirmados da doença, segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). O número representa 58,2% de todas as infecções contabilizadas de Covid-19 no Estado.

Em Natal, no entanto, na última quinta-feira (09), o Ministério
Público do Rio Grande do Norte (MPRN), o Ministério Público Federal no RN (MPF) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressaram com uma ação civil pública (ACP) contrária à retomada das atividades econômicas adotada
pela Prefeitura do Natal. Na capital potiguar, já foi permitida a reabertura de vários setores não essenciais, mesmo com sistema de saúde lotado e sem perspectivas quanto ao fim da pandemia.

Em Parnamirim, que está em uma fase mais avançada na liberação de atividades comerciais, a Prefeitura local autorizou o funcionamento de bares na cidade a partir desta sexta-feira (10), inclusive com possibilidade de música ao vivo nos ambientes.

Segundo a governadora Fátima Bezerra, o fato de que apenas 20 cidades decidiram seguir as determinações do Estado é importante para a manutenção das ações de controle da pandemia. Segundo ela, isso permite uniformização das ações, reduzindo potenciais novos focos de contágio. Ela avalia como positiva a decisão de vário municípios da Região Metropolitana de Natal terem mantido regras rígidas de isolamento. “Muito importante termos as cidades de Extremoz, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Ceará-Mirim entre as que estão seguindo dos decretos do Estado”, disse.

Ainda segundo ela, a próxima fração de reabertura será iniciada
no dia 15. A data foi confirmada após a redução dos números de
internação de leitos críticos. A taxa verificada de ocupação para a
Covid-19 ficou em 83%.

No começo da semana, o plano de retomada foi suspenso porque o índice estava em 92%, ou seja, superior ao índice estabelecido em decreto para reabertura, que é de 80%.“Estou confiante que na próxima semana possamos retomar o plano. E queremos fazê-lo de forma responsável”, disse a governadora.

Questionada sobre a suspensão no início da semana, Fátima esclareceu que o senso de responsabilidade pautou a decisão. “Naquele momento, não conseguimos assegurar que a ocupação de leitos estivesse inferior a 80%. Por isso, suspendemos o plano de retomada. Tivemos senso de responsabilidade em preservar a vida do povo do RN”.

PESQUISA DE PREVALÊNCIA

A Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) planeja iniciar ainda este mês uma pesquisa de prevalência do coronavírus em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O objetivo é conseguir obter informações de 30 mil amostras coletadas. Segundo o titular da pasta, Cipriano Maia, o projeto está em fase final de implantação.

A Sesap vai contratar uma empresa para obter os insumos para a coleta de
amostras. A dúvida para o início dos trabalhos é o formato do teste que será utilizado para processar os dados.

“O projeto está pronto, já foi aprovado pelo comitê de ética, e estamos viabilizando a contratação de uma empresa para auxiliar na pesquisa e garantia dos insumos”, explicou.

De acordo com Cipriano Maia, os testes sorológicos, apesar de apresentarem resultados em curto prazo, podem indicar resultados inconclusivos. Já os do RT-PDR, de análise genética, têm maior segurança, mas também demandam
mais tempo de processamento e são mais caros.

Ainda segundo ele, o estudo de prevalência permite a obtenção de dados mais precisos sobre comportamento do vírus.

“É um estudo desenhado para ser uma pesquisa amostral, com extratos
populacionais, para buscarmos saber qual proporção da população já teve coronavírus”, encerrou.

Fonte:Agora RN

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