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Lula age para isolar Ciro e empurra-lo para São Paulo
Lula reservou para Ciro Gomes dois caminhos: ou se candidata ao governo de São Paulo ou terá o seu fio desligado da tomada.
Para cortar a corrente elétrica do candidato do PSB, o presidente isola-o, obstruindo-lhe o acesso a pretensos aliados.
Ciro imaginara que poderia equipar sua suposta candidatura presidencial com o tempo de TV de três legendas: o seu PSB, o PDT e o PCdoB.
A hipótese de uma adesão do PDT ao Ciro-2010 foi jantada na noite de terça (6). Deu-se num repasto servido pela candidata do PT, Dilma Rousseff.
A pretendida solidariedade do PCdoB será cortada nos próximos dias. Assediada pelos operadores políticos de Lula, a legenda já se inclina para Dilma.
A prioridade atribuída ao PDT não foi casual. Dilma acercou-se da legenda sob orientação de Lula.
Antes de viajar a Copenhague, o presidente tratara de preparar o terreno. Conversara com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), presidente licenciado do PDT.
Lupi frequentava o noticiário como candidato a vice de Ciro. Lula interveio antes que o balão de ensaio ganhasse altura.
Na noite passada, de volta a Brasília, o presidente foi informado acerca do resultado do jantar que Dilma oferecera a Lupi e a congressistas do PDT.
Soube que um pedaço do PDT defende uma composição rápida com Dilma. Outro naco, majoritário, quer negociar melhor a aliança com Dilma. Nem sinal de Ciro.
Ao deflagrar a operação “desliga Ciro”, Lula precipitou a articulação para compor o bloco partidário que deseja ver orbitando ao redor de Dilma.
Afora o PDT e o PCdoB, tenta-se amarrar o PRB, o PP e o PR. Embora integrem o consórcio governista, PV e PTB foram excluídos da lista.
O PV, como se sabe, vai a 2010 com Marina Silva (AC). Sob a presidência do deputado cassado Roberto Jefferson, o PTB é visto como caso perdido.
Há, de resto, o PMDB. Sócio majoritário da aliança, o partido reclama a formalização pública da parceria. Coisa pra ontem. Será atendido.
Lula pretende receber, na próxima semana, uma delegação do PMDB, chefiada pelo presidente da Câmara, Michel Temer. Na semana seguinte, o noivado será oficializado.
Ficará entendido o que já é consabido: o vice de Dilma será um peemedebista. A definição do nome fica para mais tarde. Temer não é a única cogitação de Lula.
No jantar em que delegou a Temer a incumbência de requerer o encontro com Lula, a cúpula do PMDB analisou o embate Ciro versus Dilma.
O deputado Jader Barbalho, Dilma desde menino, disse que, para deter o avanço de Ciro nas pesquisas, a candidata do PT precisa produzir fatos positivos.
Nada mais positivo, na opinião de Jader, do que a associação imediata com o PMDB. O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) concordou.
Foi à roda a tese de que Ciro inviabilizou-se como candidato ao Planalto ao levar o seu título de eleitor para passear em São Paulo.
O presidente do Senado, José Sarney, discordou. Avalia que, ao ceder ao pedido de Lula, convertendo-se em candidato multiuso, Ciro tonificou sua presença na mídia.
Algo que pode render-lhe uma sobrevida nas sondagens eleitorais. A depender de Lula, o tempo de vida do projeto nacional de Ciro será breve.
Extraído do Blog de Josias