Maioria dos senadores em fim de mandato tentará a reeleição
De 59 senadores, incluindo suplentes e licenciados, apenas três decidiram não se candidatar a qualquer cargo em 2010. Ao todo, 30 são pré-candidatos à reeleição e 16 ainda estão indecisos sobre seu futuro político
Renata Camargo
Mais da metade dos senadores com mandato até 2011 se apresentam como pré-candidatos à reeleição em outubro do próximo ano, quando estarão em disputa 54 das 81 cadeiras do Senado. Levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que pelo menos 30 senadores irão às urnas tentar renovar seus mandatos até 2019. Desses, 18 são da base de apoio ao governo Lula e 12, da oposição.
Dos 59 senadores em fim de mandato, entre titulares, suplentes e licenciados, apenas três descartam disputar qualquer posto nas próximas eleições. Nove pretendem concorrer a outros cargos eletivos, como deputado federal, governador e presidente da República.
O quadro é de indefinição para 16 senadores, que dizem ainda não ter decidido que cargo disputarão ou mesmo se entrarão na próxima corrida eleitoral. Apenas o senador Magno Malta (PR-ES) não retornou os sucessivos contatos feitos pela reportagem.
Veja a situação dos senadores nas eleições 2010
A maioria dos pré-candidatos à reeleição é de partidos da base de apoio ao governo Lula. A lista inclui oito senadores do PMDB, cinco do PT e cinco de outros partidos da base: PR, PRB, PTB, PSC e PSB. Pela oposição, sete senadores do DEM e cinco do PSDB dão como certa sua candidatura à reeleição.
Em pelo menos sete estados, os dois senadores cujos mandatos terminam em fevereiro de 2011 pretendem se candidatar à reeleição: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e São Paulo.
Outras 13 unidades da Federação poderão ter um índice de renovação maior em suas bancadas. Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Minas Gerais, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Sergipe aparecem, no momento, com apenas um pré-candidato à reeleição definido em suas respectivas bancadas.
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Outros cargos
Seis senadores admitem ir para o tudo ou nada e tentar se eleger governador em vez de buscar a reeleição. Devem ter nas urnas a companhia de outros 17 senadores que, na metade do mandato, pretendem concorrer ao governo de seus estados, conforme mostrou o Congresso em Foco (leia mais).
A um ano da votação, o quadro ainda é de indefinição para parte dos senadores eleitos em 2002. É o caso da senadora Marina Silva (PV-AC), cotada para concorrer à Presidência da República. Mas, conforme o andamento das pesquisas de opinião, Marina não descarta disputar a reeleição no Senado (leia mais).
Outros dois senadores – Gerson Camata (PMDB-ES) e José Nery (Psol-PA) – dão como praticamente certo que concorrerão a uma vaga na Câmara. Nery e Camata ainda esperam pelo sinal verde de seus partidos. O paraense chegou ao Senado em 2007 depois que a titular, Ana Júlia Carepa (PT), renunciou ao mandato para assumir o governo do Pará. O capixaba pretende abrir mão da candidatura no Senado em favor de sua mulher, a deputada Rita Camata (PSDB-ES).
Ainda entre os titulares, apenas Régis Fichtner (PMDB-RJ) – que herdou a vaga do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB-RJ), mas praticamente não exerceu o mandato – descarta disputar qualquer cargo eletivo.
Dois suplentes também já definiram que não concorrerão nas próximas eleições. São eles: Lobão Filho (PMDB-MA), suplente do pai e ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e Sadi Cassol (PT-TO), suplente do senador tocantinense Leomar Quintanilha (PMDB-TO), que ocupa a secretaria estadual de Educação.