Governo da Paraíba investiga 40 policiais por envolvimento em grupo de extermínio

Delegado corregedor seria a próxima vítima, diz Secretário de Segurança.
Grupo é investigado pela autoria de cerca de 300 homicídios em 10 anos.
Do G1, em São Paulo
Armas apreendidas com envolvidos em grupo de extermínio (Foto: Reprodução/TV Globo)
A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Seds) da Paraíba informou, nesta quarta-feira (6), que investiga 40 policiais militares e civis e agentes penitenciários por envolvimento em um grupo de extermínio. Segundo o secretário da pasta, Gustavo Ferraz, eles seriam responsáveis por cerca de 300 homicídios cometidos durante dez anos. Nenhum dos policiais está preso.
Ainda de acordo com Ferraz, os crimes teriam sido cometidos sobre a indicação de detentos do Presídio PB-1 e que teriam relação com o tráfico de drogas. A investigação demorou sete meses.
O secretário, em nota, afirmou que o grupo de extermínio pretendia executar Magnaldo José Nicolau da Costa, corregedor geral da Polícia Civil do estado. Quatro suspeitos de envolvimento no plano para matar o policial foram presos pelo Grupo de Operações Especiais (GOE). Nenhum deles é policial.
Ferraz disse que vai pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário dos policiais investigados. A identificação do grupo foi constatada após o cruzamento de dados sobre o número de homicídios sem solução entre os meses de maio e junho do ano passado.
O secretário, ainda de acordo com nota, disse que a Procuradoria Geral de Justiça designou o promotor Otavio Paulo Neto para presidir a comissão que acompanha a investigação. “Não vamos revelar nomes de policiais envolvidos, pois nenhum deles está preso. Presos estão aqueles que participaram da tentativa de incriminar e matar o corregedor e que não são policiais”, disse Ferraz.
Outra tragédia – Trânsito mata 247 mil em 7 anos
Brasil é país com mais vítimas no mundo; Dnit admite falhas de controle e sinalização
De Bernardo Mello Franco e Catarina Alencastro:
O aumento de 3,9% nas mortes em rodovias federais durante as festas de fim de ano trouxe à tona uma triste realidade: apesar do endurecimento nas leis de trânsito, o país é incapaz de reduzir a tragédia em suas estradas.
Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que 36.666 brasileiros perderam a vida em acidentes automobilísticos em 2008 — o equivalente a cem mortes por dia.
Em sete anos, morreram nada menos que 247.722 brasileiros em acidentes de trânsito. Daria, por exemplo, para lotar três estádios do tamanho do Maracanã.
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, admitiu ontem que deficiências no controle de velocidade e na sinalização contribuem para os altos índices de acidentes nas rodovias.
Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 455 pessoas morreram nas estradas federais só nos 16 dias da Operação Fim de Ano. O diretor do Dnit afirma que a manutenção das estradas melhorou, mas reconhece que os investimentos não têm surtido o efeito desejado.
Ele atribui boa parte dos problemas à ausência de radares na maior parte da malha rodoviária.
— A manutenção das rodovias tem melhorado a cada ano, mas ainda continuamos com um número muito alto de acidentes. A cobertura de radares e lombadas eletrônicas é muito deficiente, só existe nos municípios onde temos convênio com as prefeituras. Estou angustiado para resolvermos logo esse problema — diz Pagot.
Há dois anos, o Dnit chegou a anunciar a instalação de 3 mil aparelhos. Mas uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) flagrou indícios de irregularidades graves na licitação, o que motivou o cancelamento da compra. O diretor do órgão promete concluir nova concorrência nos próximos meses.

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