Para tentar ‘seduzir’ Marina, o PT escala Tarso e Tião
Fotos: FolhaO comando da campanha de Dilma Rousseff delegou a Tarso Genro e Tião Viana a missão de negociar o apoio de Marina Silva.
Governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso conhece Marina desde a década de 80. Militaram no PRC (Partido Comunista Revolucionário).
Mais tarde, já filiados ao PT, integraram um mesmo grupo, a DR (Democracia Radical).
Sob Lula, coabitaram a Esplanada. Ele nas pastas de Relações Institucionais, Educação e Justiça. Ela no Meio Ambiente.
Quanto a Tião Viana, governador eleito do Acre, cultiva com Marina uma amizade de três décadas, o tempo de permanência de Marina no PT.
A acreana Marina compunha o grupo de Tião e do irmão dele, Jorge Viana, eleito senador.
Embora o desejo do PT seja obter de Marina o apoio a Dilma, o partido já se dará por satisfeito se conseguir arrancar dela um compromisso de neutralidade.
Imagina-se que um pedaço da onda verde que provocou o segundo turno vai desaguar naturalmente no colo de Dilma.
Por quê? Na tese do petismo, muitos dos votos dados a Marina eram de Dilma. Mudaram de posição por conta do alarido provocado pelo ‘Erenicegate’.
No segundo turno, esses eleitores não se animariam a migrar para José Serra. Sem Marina, retornariam para Dilma.
Na outra ponta, a cúpula do PSDB cogita acionar Fernando Henrique Cardoso para procurar Marina. A candidata verde revelou em sua campanha apreço pelo ex-presidente tucano.
Reconheceu os méritos de FHC na estabilização da moeda. Fez por convicção o que o próprio tucanato hesitou em fazer por obrigação.
Alheia ao assédio e à proliferação de teses, Marina administra o súbito prestígio que as urnas lhe concederam sem pressa.
Convertida em pêndulo da sucessão, Marina diz que sua posição e a do PV não sairá antes de 15 dias.
“Vou vivenciar o processo. Vou conversar com os diferentes segmentos da sociedade. Vou participar da convenção [do PV] e vou firmar o meu posicionamento…”
“…Eu não tenho ainda uma posição a priori, vou ser coerente com as minhas convicções”.