Serra diz que pesquisas ou erram ou são ‘compradas’
José Serra levou sua candidatura para passear em Pernambuco, um Estado em que a popularidade de Lula roça a unanimidade.
Na véspera, Dilma Rousseff fizera carreata em Caruaru. Serra concentrou-se na capital, Recife.
Em entrevista radiofônica, prometeu priorizar o semiárido nordestino (assista ao trecho no vídeo lá do alto).
Disse que, eleito, vai criar a Secretaria do Semiárido. Segue a (i)lógica que permeia sua campanha: há um problema? Crie-se um novo órgão público!
Antes da nova secretaria, Serra já acenara com a criação de dois ministérios: um para os deficientes físicos e outro para a segruança pública.
Serra distribuiu um documento. Fixa metas para a nova secretaria –de rede de proteção social (Bolsa Família incluída) a tecnologia de irrigação.
“O problema não é falta de água. A água só tem que chegar”, disse. Sustenta que, adotado o seu receituário, o semi-árido terra próspera em 2020.
Pretendia expor suas teses num debate presidencial que ocorreria na Bahia. Criticou Dilma Rousseff por ter refugado o confronto, organizado pelo SBT.
A certa altura, Serra foi convidado o resultado das últimas pesquisas. Num, acomodou os institutos que erram, produzindo sondagens “furadas”.
Noutro, juntou os que produzem pesquisas “compradas” pelo governo. Quanto a esse segundo grupo, deu nome aos bois:
“As pesquisas estão muito, muito furadas. E sabemos que há outras que são compradas, como Vox Populi e Sensus, que trabalham para o governo”.
Na manhã desta quarta (27), a propósito, o Sensus divulgou o resultado de sua última sondagem: 51,2% para Dilma, 36,7% para Serra.
Acompanhante de Serra, o senador e deputado eleito Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, disse que o quadro é de “empate técnico”.
Como assim? “Temos dados concretos sobre isso”. Curioso. Pesquisa divulgada pela própria coligação de Serra informa coisa diversa.
Realizada pelo instituto GPP, essa sondagem tucana exibe vantagem menor para Dilma, mas longe do empate: 46,4% a 40,9%.
Em sua manifestação, Sérgio Guerra, coordenador da campanha de Serra, disse que, a quatro dias da eleição, a oposição já “não temcartas na manga”.
“Todas as peças estão articuladas, os Estados estão mobilizados, não há rigorosamente muita coisa a fazer”.
Na contramão das pesquisas, ele diz: “Estaremos na eleição em condições exatas de competição”.
Sérgio Guerra parece atribuir ao resultado do Sudeste importância capital no resultado da disputa. Menciona São Paulo, Minas e Rio.
“Não há definição sobre o tamanho dos resultados que vão ser alcançados nesses três Estados”, disse.
Acha que, “no momento, há uma tendência de ampliar” o “tamanho” de Serra “em São Paulo, em Minas e no Sul” do país.
No mais, vê “estabilidade” no Nordeste e, no Norte, “movimento” favorável à oposição no Pará.
De resto, enxerga na abstenção uma espécie de imponderável: “Não está sob controle”. Por sorte, a grande e definitiva pesquisa ocorrerá no domingo (31).
Fonte:Blog do Josias