Políticos & Política – Lenilson Costa

POLÍTICA

A variável Kassab e o socialismo do PSB

O ex-presidente do PDT Leonel Brizola disse uma vez que seu partido defendia um certo “socialismo moreno”. Qual será o socialismo do PSB?
O partido, depois de ter recebido em suas fileiras o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, vai abrigar agora também o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. O presidente do PSB, governador de Pernambuco e neto do lendário Miguel Arraes, Eduardo Campos, está devendo um batismo de sua agremiação à luz dos novos tempos e dos novos fatos.
A filiação de Kassab finca o PSB no sul do país. É tudo de que precisa Eduardo Campos, cujo projeto maior é um dia concorrer à presidência da República.
Os petistas e a presidente Dilma Rousseff também estão exultantes. Afinal de contas, os socialistas podem pular para uma bancada de 60 deputados, se transformando na terceira força da Câmara dos Deputados. Isso é tudo o que o governo Dilma precisa para contrabalançar o peso e a importância do PMDB no apoio à gestão petista.
Este desfecho representa uma derrota para o vice-presidente Michel Temer, que largou na frente, tentando levar Kassab para o PMDB e dar vida a sua frágil seção paulista. O PMDB ficaria ainda mais forte do que já é com Kassab no partido.
Seu poder de fogo junto ao PT e ao governo Dilma ficaria muito maior e os peemedebistas poderia voltar a ter algum peso no estado onde já foram a maior força, quando estava vivo o ex-governador Orestes Quércia e estava no partido o ex-governador Luiz Antonio Fleury.
Quem também sai chamuscado desse movimento de Kassab é o ex-governador José Serra. O tucano entregou a prefeitura para Kassab e agora vê seu pupilo buscar outros caminhos. Existe um zumzum nos bastidores da política, difundido sobretudo pelos petistas, de que Kassab seria um instrumento de Serra para onde quer que vá.
Mas a experiência mostra que o poder de fogo de Serra no PMDB é limitado e que no PSB é inexistente. O mais plausível é atribuir à movimentação de Kassab um desejo de buscar uma nova alternativa política ao domínio tucano em São Paulo, perpetuado nas últimas eleições com a vitória de Geraldo Alckmin.
 
POLÍTICA

‘Distritão’ favoreceria PT, PMDB e PSDB

Carolina Benevides, Dandara Tinoco e Sérgio Roxo, O Globo
Todas as vezes que uma nova legislatura se inicia, o debate em torno da reforma política volta à tona. Desta vez, o tema foi abordado no discurso de posse da presidente Dilma Rousseff, e uma comissão para analisar as mudanças foi instalada no Senado.
Hoje, o Brasil tem o sistema proporcional com coligação, que leva em conta o coeficiente eleitoral – em que se divide o número de votos válidos pelas vagas em disputa; esse cálculo determina a distribuição das vagas pelos partidos.
Agora, o Congresso se prepara para discutir as diferentes propostas, entre elas, se acaba com as coligações ou se adota o sistema majoritário, o “distritão”, que simplesmente elege os mais votados.
De acordo com estudo feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), levando em conta a eleição de 2010, os três maiores partidos – PT, PMDB e PSDB – serão os mais beneficiados pelo “distritão”.
Os médios, como PP, PR, PSB e PDT, perderiam tanto se a proposta fosse aprovada quanto se as coligações acabassem. Aqueles que hoje têm menos de 20 deputados também seriam prejudicados, e alguns nanicos, como PHS, PRB e PSL, correm o risco de perder a representatividade na Câmara.
– O “distritão” favorece os grandes partidos. Os nanicos perdem em qualquer hipótese, e os pequenos perdem com o fim das coligações. O PSB é contra, por exemplo, porque quer vida partidária. O fato é que, se acabarmos com as coligações, os nanicos, pequenos e até partidos médios, como o DEM, vão reagir. Mesmo o PV, que na última eleição teve candidato à Presidência, tende ser prejudicado a médio prazo – diz o diretor de documentação do Diap, Antônio Augusto Queiroz.
Fonte:Blog Ricardo Nobrat

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