Rogério Marinho: “Espero que Natal escolha alguém com capacidade gerencial e não uma pessoa de sorriso bonito, com carisma e bom berço”

Foto: Divulgação

Apesar de não assumir sua pré-candidatura à prefeitura de Natal em 2012, o deputado federal Rogério Marinho (PSDB) afirmou em entrevista ao site Política Real que militou boa parte de sua vida adulta para ser prefeito da capital.
O parlamentar adiantou que o PSDB, em maio, vai iniciar um trabalho junto a sociedade, percorrendo bairros e levantando os problemas da cidade e soluções. Segundo ele, o partido vai iniciar também um trabalho de construção de alianças partidárias.
Diante da baixa avaliação da atual prefeita, Micarla Souza (PV), Marinho afirma esperar que Natal escolha uma pessoa com “capacidade gerencial testada e mais apurada”, em vez de alguém “com muito carisma, sorriso bonito, bom berço, que conquistou o coração das pessoas, sem necessariamente um viés técnico ou condição de profissionalismo nas execuções públicas”.
Rogério ressalta as necessidades de renovação do PSDB para o crescimento no Nordeste. “O PSDB precisa se reinventar”, frisa Rogério.
Confira a entrevista do presidente estadual do PSDB ao site Política Real:
Ciência e Tecnologia
“Nós entramos aqui com uma posição de focar em duas áreas que são convergentes: ciência e tecnologia e educação. No primeiro mandato, nós tivemos a possibilidade de começarmos um projeto em nosso Estado, que foi o Metrópole Digital, que é a criação de um polo de tecnologia da informação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, que está iniciando o segundo grupo de alunos. São 1.200 alunos por ano, que estão sendo treinados em programação de softwares. A ideia é formamos de 12 mil a 15 mil técnicos de nível médio para termos uma base de desenvolvimento de uma industria de tecnologia no Estado. Esse projeto precisa ser consolidado nesse segundo mandato”.
Educação
“No segundo mandato nós vamos trabalhar principalmente na questão do Plano Decenal da Educação. Fui designado para coordenador da bancada do PSDB na Comissão de Educação. Pretendemos trabalhar o plano dentro de um viés que o partido preconiza nacionalmente, que é o estabelecimento do mérito e do resultado”. Nós temos hoje quase 50% dos nossos alunos na 3ª e 4ª série do ensino fundamental que deveriam estar alfabetizados em níveis que são muito críticos. São crianças que não conseguem ler e escrever de forma adequada e não têm a capacidade de entender as quatro operações matemáticas. No Nordeste isso chega a quase 70%”.
Orçamento Impositivo
“Também fui convidado pela bancada do PSDB para ser líder na Comissão do Orçamento. Nós temos uma responsabilidade muito grande, porque o governo tem tido a prática de atropelar a oposição no Plenário da Câmara, mas na Comissão só se vota o que é consensual. E a oposição tem a possibilidade de esticar um pouco essa negociação. A nossa maior luta é que o governo deixe de utilizar as emendas parlamentares como balcão de negociação com a Casa. É uma relação fora de um contexto de uma democracia saudável. Normalmente, quando você verifica no final do ano, quem é da base do governo tem uma liberação muito maior de recursos através de suas emendas. Isso só vai acontecer quando o orçamento for impositivo, nem que seja de uma forma transitória, ou seja, o que foi votado ser aplicado”.
Reinvenção do PSDB

“Essa eleição presidencial foi balizadora do que está acontecendo no país. Dilma ganhou por 12 milhões de votos, dos quais, 10,5 milhões no Nordeste. O que aconteceu com o PSDB? Com exceção de alguns estados, como Alagoas, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte, a diferença foi brutal, como ocorreu na Bahia, Maranhão, Ceará e Pernambuco. Nós perdemos as bandeiras das transformações sociais no Brasil na mídia e junto à população menos favorecida. Eu acho que agora, passada essa terceira derrota consecutiva, o PSDB precisa se reinventar com uma bandeira de desenvolvimento e empreendedorismo para uma região dinâmica e potencialmente rica como o Nordeste brasileiro. Você tem que chegar com uma proposta para o Nordeste que seja possível de ser executada e que impacte a região”.
Candidatura a prefeito de Natal

“Quem mora na nossa cidade do Natal sabe que, durante boa parte da minha vida adulta, eu militei na perspectiva de me candidatar a prefeito de Natal. Qualquer candidatura a prefeito de uma cidade do tamanho da nossa, tem 27% do eleitorado, tem que ser uma candidatura que represente a sociedade e grupos políticos. Não pode ser uma candidatura isolada que represente somente o próprio candidato. Isso significa que o candidato terá que fazer o trabalho de construção dessa candidatura. E vai se iniciar no mês de maio, quando vamos percorrer os bairros e elaborar um projeto alternativo para a cidade, levantando um diagnóstico dos seus problemas e soluções. Esse projeto vai ser oferecido à cidade. E ao mesmo tempo, o partido tentará se construir um arco de alianças. Nós estamos inserido dentro de um grupo político que elegeu a governadora Rosalba Ciarlini, junto com o Democratas e o PMN. A ideia é buscar aquele que reúna as melhores condições para ganhar a eleição”.
Decepção com Micarla

As pesquisas de opinião e, de maneira informal, a população está muito decepcionada com a administração da atual prefeita. O que vai acontecer em função dessa decepção, as urnas vão responder no próximo ano. As situações mais diversas acontecem no processo eleitoral. Se vai chegar alguém como salvador, com muito carisma, com sorriso bonito, com um bom berço e vai se eleger prefeito, porque conquistou o coração das pessoas, sem necessariamente ter um viés técnico ou uma condição de profissionalismo nas execuções públicas? Eu não sei. Ou a população pode se voltar para um técnico, alguém que tenha capacidade gerencial testada, mais apurada. Eu espero que a população escolha alguém que tenha capacidade gerencial de administrar bem a cidade”.
Fonte:Blog do Oliveira

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