A Ética e o Profissional do Jornalismo

– Publicado por Robson Pires

Por Heverthon Rocha*
No dia dedicado aos jornalistas vale bem a pena resgatar os princípios éticos que fazem desta profissão uma atividade que provoca encantamento para alguns, um desencanto para poucos e que trás benefícios para muitos.
A ética é definida pelo dicionário Aurélio Buarque de Holanda como sendo “o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”.
Existem algumas diferenças que podem ser apresentadas entre ética e moral. Sendo a ética exposta como um princípio universalmente permanente e tida como regra. A moral assume um aspecto de condutas específicas, que pode ser temporal e depender da cultura de uma localidade específica, seja ela uma cidade, estado ou nação. Além disso, enquanto a ética é teórica, a moral é prática.
A palavra ética vem do grego “ethos”, e está correlacionado ao latim “morale” ambos relativos a conduta e aos costumes, aproximando etimologicamente a ética e moral na qualidade de sinônimos. A ética foi tema de discursões específicas dos pensadores em diversas épocas. Aristóteles, Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich e outros.
Ainda hoje, a ética é utilizada para conduzir entidades governamentais e não-governamentais, empresas e profissionais das áreas médica, contábil, odontológica, psicológica, jurídica, jornalística e etc.
A ética profissional é o guia para que o profissional possa se destacar tanto no mercado de trabalho, quanto na vida em sociedade, alcançando realizações particulares e coletivas. O bom profissional deve ser ético e difundir as boas práticas aos demais, sejam eles de sua área de atuação ou outras.
No ano de 1987, durante do Congresso Nacional dos Jornalistas, foi aprovado um novíssimo Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros – CEJB, que segundo a enciclopédia livre Wikipédia “é o conjunto de normas e procedimentos éticos que regem a atividade do jornalismo. Ela se refere à conduta desejável esperada do profissional”.
A conduta desejável de que trata o parágrafo anterior é possível quando o profissional assume algumas características essenciais ao harmonioso desempenho da profissional de jornalista.
Ser verdadeiro é uma importante característica destes profissionais que constroem as notícias. O Jornalista tem que ter o compromisso de divulgar a verdade, apurando os fatos de modo que não prejudique a outros, atingindo a moral e a honra deles sem causa comprovada ou justificada.
Os jornalistas normalmente entram para profissão por amor, sendo esta a principal característica do bom profissional. Os aspirantes a jornalistas acreditam que podem mudar, senão o mundo, ao menos o ambiente onde vivem, despertando outras importantes características, o humanismo e solidariedade.
A profissão de jornalista é arriscada. O jornalista deve ficar atendo para não promover a discórdia entre pessoas e instituições. Deve ser sempre obediente as leis do país, ser democrático e permitir que outros discordem de suas opiniões. Mantendo sempre a coerência de suas ideias e dos fatos apurados e divulgados. Mas o jornalista não pode deixar de ser crítico. Um crítico construtivista.
Ser investigativo, característica que não pode faltar para o exercício desta profissão. O jornalista deve apurar os fatos, ser curioso e buscar fontes seguras e não sensacionalistas, que querem aparecer à custa dos outros. Além disso, deve ser sigiloso e honesto para não comprometer suas fontes, mantendo-as em segurança, conforme previsto no Código de Ética da profissão.
Em poucas linhas destacamos características como humanidade, solidariedade, obediência as leis, democracia, coerência, curiosidade, sigilo e honestidade. Mas é certo que existem tantas outras características para o bom desempenho da profissão de jornalista. Algo que cabe a cada um buscar e ter como um valor ético e moral para seu sucesso pessoal e profissional.
Ser jornalista é acima de tudo respeitar o leitor. Contribuindo para que os meios de comunicação possam promover “a divulgação da informação precisa e correta” conforme Artigo 2º, inciso I do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, mesmo que os meios de comunicação, por questões de interesses particulares, não estejam de acordo.
Imparcialidade talvez seja uma palavra que não faz parte do exercício da profissão de jornalista. O motivo é público e notório. Os veículos de comunicação – rádio, TV, impressos, etc. – são de domínio de pessoas políticas, que utilizam estes meios como estandartes de suas necessidades particulares, deixando de lado o direito difuso de acesso a informação “precisa e correta”.
É triste, mas é verdade. O jornalista tem que se adaptar a linha editorial do meio em que desempenha suas atividades, mesmo que esta linha seja destrutiva e irresponsável.
São poucos os veículos que ainda apresentam alguma imparcialidade. Em destaque estão os jornais comunitários. Que mesmo por um período curto, apresentam muita imparcialidade, até serem adotados pelo poder. Mudar o mundo não é fácil. Mais difícil ainda é poder transformar a vida de gerações inteiras e não fazer nada.
*Heverthon Jerônimo da Rocha é graduado em Tecnologia em Gestão Ambiental, especialista em Direito Ambiental, pós-graduando em Educação Ambiental (Senac-PB) e graduando em Comunicação Social (UFRN).

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