Policiais civis voltam à AL para cobrar compromisso de deputados


Na tarde desta terça-feira (24) os policiais civis, em greve há oito dias, saíram em passeata da sede do SINPOL/RN, no Centro, em direção à Assembleia Legislativa. A segunda visita à Casa tinha um motivo: a cobrança aos deputados do compromisso assumido com a categoria há cerca de 10 dias – antes mesmo da deflagração da paralisação por tempo indeterminado – para intermediar as negociações com o governo.
A presidente e o vice-presidente do SINPOL, Vilma Marinho e Djair Oliveira, respectivamente, conversaram com o presidente da AL, Ricardo Motta, e com deputados de oposição e situação. Eles procuraram Fernando Mineiro, Tomba Farias, Getúlio Rego, Gilson Moura e Fábio Dantas, que se comprometeram a ajudar os agentes e escrivães do estado.
“Estes planos dos servidores não são do ano passado, foram iniciados em 2004, 2005 e eles abriram mão de outras garantias para conquistá-los. Esta radicalização dos servidores (greve) é uma resposta à radicalização do governo, que tem adotado uma posição ruim, sem negociação. O governo escolheu o caminho de derrotar o servidor, que está reagindo e isso é ruim para a sociedade”, disse Mineiro.
Walter Alves escutou os diretores do SINPOL, recolheu o documento com a pauta de reivindicações, e disse que conversaria com os colegas para ver como poderiam ajudar a categoria. “Entendemos que tem que haver o diálogo e que o governo deve mostrar um cronograma, dizendo quando pode atender os pleitos, já que agora não está podendo”, adiantou.
Já Getúlio Rego disse que provocará uma audiência pública na AL para discutir o limite prudencial imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, hoje maior alegação do governo para não implantar o plano de cargos dos policiais civis e outras categorias, já em greve ou a caminho dela.
A presidente do SINPOL observou que o governo deveria analisar o impacto da implantação do enquadramento de nível da polícia civil, que além de ser reduzido, em comparação a categorias maiores, muitos não receberiam o benefício agora. E observou ainda que estão dispostos a serem flexíveis na negociação, no que for possível, mas caberá ao Governo apresentar sua proposta.
Já Tomba Farias disse que uma audiência, que deveria ter ocorrido hoje, acontecerá provavelmente nesta quarta-feira (25) com o procurador geral do Estado, Miguel Josino, e o chefe da Casa Civil, Paulo de Tarso, para discutir convocação de policiais militares e civis concursados. “Precisamos que o governo abra o diálogo com urgência. Não conversam nem com os deputados. Queremos diálogo mais franco com a Assembleia”, criticou.
DECISÃO JUDICIAL
Também foi repercutida na AL a decisão tomada nessa segunda-feira (23) pela juíza da 1ª Vara da Fazenda Pública de Natal, Érika de Paiva Duarte Tinôco, que deu prazo de 60 dias para o Estado nomeie e dê posse aos aprovados no concurso da Polícia Civil, respeitando o número de vagas estabelecido no Edital.
“A juíza foi feliz na sua decisão. Se foram abertas as vagas, devem ser preenchidas. Esperamos que o prazo seja analisado pelo governo, porque sabemos da necessidade de mais policiais nas delegacias”, disse Fábio Dantas.
O vice-presidente do SINPOL observa, no entanto, que apesar de comemorar a decisão judicial, a luta deles é pela nomeação dos 509 aprovados e não apenas dos primeiros colocados para as 438 vagas imediatas disponibilizadas no edital.


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