Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, não resiste às acusações e deixa o governo Dilma Rousseff

O ministro Alfredo Nascimento (Transportes) não resistiu às acusações de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta e pediu demissão do cargo nesta quarta-feira.

A crise se intensificou com a acusação de que seu filho, Gustavo Morais Pereira, teria aumentado seu patrimônio de forma ilícita.

Leia a íntegra da nota de demissão do ministro dos Transportes

Entenda o caso envolvendo o Ministério dos Transportes

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 Foto: Marcelo Camargo-31.jan.2011/Folhapress

Alfredo Nascimento deixa o Ministério dos Transportes após acusações

As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes começaram após reportagem da revista “Veja” afirmando haver participação da cúpula do ministério em irregularidades. O caso ganhou repercussão e a presidente Dilma pediu que o CGU (Controladoria-Geral da União) investigasse as acusações.

VOTO DE CONFIANÇA

Ainda no sábado (2), data em que a revista foi às bancas, Dilma determinou o afastamento de quatro integrantes da cúpula do ministério, incluindo o diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot.

Após reunião de Nascimento com a presidente, a Secom (Secretaria de Comunicação) divulgou comunicado na segunda-feira (4) manifestando confiança no ministro e o escalando para comandar as investigações na pasta.

Após determinar a abertura de uma sindicância interna, o ministério anunciou ontem que suspendeu novas licitações e aditamentos em contratos já vigentes na pasta por 30 dias. Na prática, significa que não pode haver novos contratos nos órgãos e que os contratos que estão em vigência não podem ser majorados.

NOVAS DENÚNCIAS

A situação de Nascimento ficou insustentável após o jornal “O Globo” revelar nesta quarta-feira que o patrimônio de seu filho teria tido um aumento de 86.500% em cinco anos.

As suspeitas sobre a Forma Construções – empresa de Pereira–começaram por causa de um repasse de R$ 450 mil da Socorro Carvalho Transportes, que presta serviços ao Ministério dos Transportes, para a Forma.

O jornal mencionou ainda que o Fundo da Marinha Mercante, administrado pelo Ministério dos Transportes, teria repassado R$ 3 milhões à Socorro Carvalho. O ministério afirma que a empresa – que também trabalha com navegação– recebeu ressarcimento por serviços prestados na região amazônica.

Segundo nota da pasta, Nascimento afirma que nem ele nem seus familiares mantêm vínculos comerciais ou empresariais com a Socorro Carvalho. O ministro disse que está à disposição do Ministério Público para prestar qualquer esclarecimento. Ele disse que o valor transferido para a empresa de seu filho foi referente à venda de um imóvel.

O agora ex-ministro, que já havia sido convidado para prestar esclarecimentos no Senado e na Câmara sobre as suspeitas de irregularidade na pasta, reafirma que estará ” à disposição de seus pares para participar ativa e pessoalmente de quaisquer procedimentos investigativos que venham a ser deflagrados naquela Casa para elucidar os fatos em tela”.

Em “[nota”]:http://www1.folha.uol.com.br/poder/939830-leia-a-integra-da-nota-de-demissao-do-ministro-dos-transportes.shtml de “esclarecimento” em que anuncia a sua demissão, Nascimento diz que vai reassumir sua vaga no Senado. Ele entra no lugar do senador João Pedro (PT-AM), que é o seu suplente.

SUBSTITUTO

Entre os nomes cotados para substituir Nascimento no Transportes está o de outro cacique do PR, o senador Blairo Maggi (PR-MT), ex-governador do Mato Grosso.

Outra opção avaliada pelo Planalto é Paulo Sérgio Passos, atual secretário-executivo do ministério.

Fonte: Folha Online

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