Para exibir força, PMDB leva 1.200 prefeitos a Brasília

Alan Marques/Folha

Temido pelo tamanho de suas bancadas no Congresso, o PMDB prepara-se para exibir em Brasília sua musculatura nacional.

O partido do vice-presidente Michel Temer levará à Capital os seus prefeitos e veradores. Só os prefeitos são contados em cerca de 1.200.

O encontro deve ocorrer em 15 de outubro. Vinha sendo organizado com o propósito de discutir a estratégia da legenda para as eleições municipais de 2012.

Ganhou nova serventia depois que o Ministério da Agricultura, controlado pelo PMDB, escalou o noticiário nas páginas dedicadas aos escândalos.

Ao expor em vitrine nacional sua força municipal, o PMDB relembra aos interessados que continua sendo um parceiro atraente para a sucessão presidencial de 2014.

Sócio majoritário do condomínio governista, ao lado do PT de Dilma Rousseff, o PMDB fixou uma meta para o ano que vem.

Deseja reter as 1.200 prefeituras que amealhou em 2008 e conquistar outras 200. Se for bem sucedido, vai a 1.400.

Afora a intenção de elevar o número de candidatos próprios, o partido deseja ampliar o leque de suas alianças.

Diferentemente do PT, que proíbe a associação com legendas de oposição, o PMDB não fará restrições às coligações com PSDB e DEM.

No gogó, as lideranças do partido dizem que darão prioridade às parcerias com o PT.

Longe dos refletores, flerta-se com a oposição. De resto, Temer achega-se ao PSB do governador pernambucano Eduardo Campos.

Amigo de Lula, Campos olha para 2014 como uma janela de oportunidades. Sonha com uma candidatura presidencial. Na pior hipótese, uma vice.

Noutros tempos, Campos questionava a hegemonia exercida por PMDB e PT no consórcio que dá suporte ao governo. Hoje, faz mais ressalvas ao petismo.

Em São Paulo, a cidade mais cobiçada, Lula tenta atrair o PMDB para um projeto conjunto com o PT, de preferência liderado pelo ministro Fernando Haddad (Educação).

A depender de Temer e seu grupo, não haverá acerto. O PMDB oferecerá ao eleitor paulistano o nome do recém-filiado Gabriel Chalita, ex-PSB.

Ainda que as pesquisas indiquem a fragilidade da opção, o PMDB avalia que precisa expor suas alternativas. Em São Paulo e alhures.

Na Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, hoje vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, tricota com o PSDB de Antonio Inbassahy e o DEM de ACM Neto.

Junta-se à oposição para medir forças com o nome a ser apresentado em Salvador pelo PT do governador Jaques Wagner. Não exclui a hipótese de apoiar o neto de ACM.

No Rio Grande do Norte, o ministro pemedebê Garibaldi Alves (Previdência) negocia alianças municipais com o presidente do DEM federal, José Agripino Maia.

São evidências que atestam a flexibilidade com que o PMDB esboça 2012. Uma maleabilidade que sinaliza para 2014.

Hoje, um pedaço expressivo da cúpula do PMDB enxerga em Dilma Rousseff uma presidente de mandato único.

Se a conjuntura favorecer Dilma, pode-se reeditar a aliança de 2010. Se a conveniência recomendar o contrário, o PMDB quer estar bem posto para se reposicionar.

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