Ministro desqualifica denunciante, que diz ter ‘provas’

Fotos: Sérgio Lima e Lula Marques/Folha

O ‘esportegate’ chega à noite desta terça (18) no mesmo estágio da véspera. Por ora, tem-se a palavra do PM João Dias contra a palavra do ministro Orlando Silva.

Em depoimento na Câmara, o titular da pasta dos Esportes reiterou a desqualificação de seu detrator:

“Quem faz a agressão? Eu aconselho que procurem informações. Trata-se de um desqualificado, um criminoso, uma pessoa que foi presa, uma fonte bandida.”

No Senado, depois de se reunir com líderes da oposição, a “fonte bandida” disse disport de “provas” capazes de demonstrar a desonestidade do ministro:

“Eu sou pai de família, cidadão brasileiro, com endereço e CPF. Não sou bandido, não sou criminoso. Em pouco tempo saberão quem é quem”, disse João Dias.

Ele acrescentou: “As coisas não se encerram hoje. Ainda tem muita água para rolar, muitos acontecimentos virão.”

Alheio à entrevista de seu algoz, Orlando Silva desafiou: “Se há o que denunciar, que faça. Faça e prove o que diz…”

“…Até aqui esse desqualificado falou e não provou o que diz. Quem tem provas do mal feito por eles sou eu e elas estão aqui.”

E João Dias: “É natural que eu tenha dificuldade se comparado com o ministro. Ele colocou os líderes e funcionários à disposição, mas os documentos com as provas vão surgir.”

Assessores do ministro distribuíram aos deputados que ouviam Orlando Silva cópias da sindicância aberta pela PM do DF sobre os convênios celebrados pelas ONGs de João Dias.

São duas entidades: Federação Brasiliense de Kung-Fu e a Associação João Dias de Kung-Fu. Juntas, beliscaram na pasta dos Esportes R$ 3 milhões.

Orlando Silva disse que, na execução dos convênios, detectaram-se irregularidades. Daí a revolta e as denúncias de João Dias.

O ministro voltou a admitir que, em abril de 2008, recebeu em audiência o PM que hoje o acusa de comandar esquema de desvios e receber propina.

“Foi numa audiência normal, de um dirigente de organização esportiva de Brasília, como o fiz com inúmeros outros gerentes esportivos”.

A portas fechadas, João Dias às lideranças de oposição coisa diferente. Na sua versão, passou a ter problemas depois que interrompeu o pagamento de propinas.

Afirma que, na reunião com Orlando, negociou um acerto. Em troca do silêncio, seus convênios deixariam de ser questionados.

Mais: na sequência da conversa com o ministro, reuniu-se com auxiliares dele. Nessa segunda conversa, o acerto teria sido foi detalhado.

Intimado a depor na PF nesta terça, João Dias não compareceu. Remarcou-se a inquirição para quinta.

O PM pediu ajuda aos líderes da oposição. Disse que se sente ameaçado. O PSDB encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de proteção.

A audiência pública de Orlando Silva acabou virando uma sessão de afagos. A oposição retirou-se de cena. E os companheiros “blindaram” o ministro.

Fonte:Blog do Josias

 

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