Rompeu por quê? Por que rompeu?

*Tadeu Arruda Câmara

Até agora, não vi nenhuma pessoa sair em defesa de Robinson Faria, pelo menos de maneira aberta e justa. Não sei se estão dando uma de São Pedro, que quando os soldados romanos disseram: tu és um deles, e ele simplesmente negou Cristo três vezes, do jeito que Cristo havia profetizado, ou simplesmente estão sob o comando de uma força maior.

Quantos viveram ou vivem às expensas da força política do vice-governador e silenciaram por medo. Medo de enfrentar um desemprego, medo de perder as benesses governamentais ou simplesmente por serem fracos e ingratos.
Tenho pavor de julgar, principalmente quando se trata de pessoas das quais gosto. Agora analisar uma situação que está sendo motivo de todo tipo de comentário, muitos deles injustos, aí a coisa muda.

Se eu dissesse que Robinson queria somar forças, acabava de criar um partido na intenção, talvez, de mostrar serviços, criando um bom canal entre o grupo vitorioso e a presidência da república, você acreditaria? Se eu dissesse que ele, pela experiência que tem, jamais romperia com o governo, principalmente quando ainda nem se desmontaram os palanques da campanha, você acreditaria? Pois bem, enquanto Robinson atinha-se ao restrito reduto eleitoral do Agreste, servindo de escada para eleger aqueles que hoje lhe atiram pedras, ele prestava e era chamado de líder. Quando ele pensou em expandir seus tentáculos políticos para outras regiões, principalmente ao Oeste, a coisa mudou. Devemos lembrar que Robinson hoje tem um filho deputado federal. É para ele que Robinson pede votos, deixando os que ele apoiava disputando palmo a palmo os redutos de outrora. Isso inflama mais ainda.

Quem foi a Salomé que pediu a degola de Robinson? Foi o senador José Agripino? Foi o ex-grupo ao qual ele pertenceu, induzindo o deputado Henrique Alves a aportar junto a governadora, trazendo as boas novas do Palácio da Alvorada?
O epicentro de tudo não partiu da governadora, tampouco do “primeiro damo”, seu esposo Carlos Augusto Rosado, figura de bom caráter, porém de pavio curtíssimo, que embalado pelos fuxicos e ciumeiras de Salomé, deixou-se emprenhar pelos ouvidos. Tentaram passar Robinson como traidor, coisa que ele não é. O temperamento dele não permite!
Somando tudo isso à ameaça de se criar a velha e temida terceira força eleitoral, a degola foi iminente.

Em política existe uma coisa importantíssima, que é o tempo. Tempo de falar, tempo de calar. Robinson mergulhou pela força das circunstâncias, está calado e não autoriza ninguém a falar por ele, mas defender pode.
O mal de nossos políticos é acreditar em babão. É não saber distinguir adulador e assessor. É esquecer-se de ouvir o lado difamado. Eu mesmo já fui vítima de uma “assessora” do nosso vice-governador, quando ele era presidente da Assembléia Legislativa. Sofri horrores, mentiras, todo tipo de perseguição. A prepotência dessa assessora era tão grande, que passei quinze dias para falar com ela sobre assuntos de interesses do próprio deputado e, quando ela resolveu me atender, deu-me um chá de cadeira das dez horas da manhã até as dezoitos horas. É bom ela lembrar que passou um bom tempo na Espanha por conta de um determinado Órgão público e deixar a vida dos homens honrados de lado!

 

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