Barbosa recebe relatório sobre ataques a jornalistas

O Brasil é o 3º país em ataques à imprensa nas Américas. O dado faz parte do relatório do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) sobre a situação dos países americanos em relação às ameaças à liberdade de imprensa. Intitulado Ataques à Imprensa — Jornalismo na Linha de Frente, o documento foi entregue nesta quarta-feira (6/3) pelo coordenador do CPJ para as Américas, jornalista Carlos Lauría, ao presidente do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa. A entrega do relatório também teve a presença do jornalista Mauri König, diretor da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Segundo o levantamento o CPJ, o país ocupa a 11ª posição no índice mundial de impunidade contra crimes praticados contra jornalistas em represália direta por suas reportagens. Em 2010, a CPJ registrou um assassinato. Em 2011 foram três e, em 2012, quatro. As principais preocupações em relação ao Brasil dizem respeito ao aumento abrupto da violência letal contra jornalistas, o agravamento da impunidade e a alegada omissão do governo brasileiro em apoiar a liberdade de imprensa em fóruns internacionais.

A publicação menciona também o aumento do que a CPJ chama de “censura judicial” — ações movidas por empresários, políticos e funcionários públicos, entre outros, que, alegando ofensas à honra ou invasão de privacidade, buscam impedir a publicação de notícias ou a sua retirada de   . O relatório informa que o Google, no primeiro semestre de 2012, recebeu 191 ordens judiciais para remoção de conteúdo.

Outra preocupação manifestada pela CPJ são os casos de violência contra blogueiros: em 2012, foram mortos Mário Randolfo Marques Lopes, editor de um site de notícias em Barra do Piraí (RJ), e o jornalista e blogueiro Décio Sá, do Maranhão.

O CPJ foi criado em 1981 por um grupo de correspondentes norte-americanos com o objetivo de defender os direitos de colegas que atuavam em ambientes repressivos e perigosos. A primeira campanha resultou na libertação de três jornalistas britânicos presos na Argentina em 1982 durante a cobertura da Guerra das Malvinas. Desde então, a missão do comitê se estendeu não apenas a jornalistas, mas a todos os defensores da importância da informação para uma sociedade livre. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

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