UM PREFEITO PREOCUPADO COM OS EFEITOS DA SECA

Prefeito Getúlio Ribeiro do município de Várzea (RN) fez um grande relato das causas ocasionadas pelos efeitos da seca na nossa Região Agreste.

Leia na integra o que diz o prefeito Getúlio em seu fecebook no dia 02 de março http://www.facebook.com/getulio.l.ribeiro  

304690_2353929025230_1170491461_nPassados mais de meio século de vida, nunca tinha visto tamanha devastação provocada pela seca em nossa região agreste. Região localizada há pouco mais de 50 quilômetros do nosso litoral, é algo inacreditável. Nas minhas andanças entre Várzea e Natal, muitas vezes me vejo dominado pela emoção ao cruzar com caminhões e tratores transportando cana, capim, palma, bagaço de cana, enfim, todo e qualquer tipo de ração para o gado. E nesse mesmo caminho, à altura da Fazenda Bom Jardim às margens da estrada, tem um verdadeiro cemitério de animais. É algo inimaginável, mais real. Infelizmente. Nas conversas com pequenos produtores rurais, que sobrevivem unicamente da atividade agropecuária, vê-se a tristeza e o desespero com a situação, muitos já não têm mais condição de comprar a alimentação para os animais e estão vendo muitas reses morrendo de fome e de sede, sem ter o que fazer. Os relatos são os mais tristes possíveis, até porque quem nasce e vive no campo tem um amor pela terra e especialmente pelos seus animais, é algo que ultrapassa o aspecto econômico, cria-se um amor pelo gado como se fosse pela própria família, e vê-lo morrer assim sem poder fazer nada, deixa o homem do campo em profunda tristeza, e pior, sem ter a quem apelar.

A situação torna-se muito mais desesperadora, pois esses pequenos produtores sobrevivem dessa atividade econômica, a maioria não é aposentada, portanto não têm outro tipo de renda. E agora como vão sustentar suas famílias? já que não produziram nada da agricultura, como feijão, milho, mandioca, etc, como também não vendem mais leite, que seria outra alternativa, pois as vacas estão fracas, que mal dão para criar o bezerro, quando não morreram, já que são os animais que mais sofrem, pois têm que amamentar a cria. Permitam-me fazer esse desabafo, porque nasci e me criei no interior, e acompanhei a vida de meu pai na lida do gado desde os primórdios da minha infância, cresci vendo o inverno normal, as chuvas caindo por essas épocas, o povo plantando, o gado pegando a babugem e alegre pelos cercados. Esse seria o cenário normal. Rogo a Deus que mande logo chuva para esse povo tão sofrido do nordeste, como relata o poeta em sua canção ” Súplica Cearense “. O que não podemos aceitar e ficar inerte, é com a falta de uma ação efetiva por parte dos governos estadual e federal na adoção de medidas que possam diminuir essa situação desesperadora. Os nossos governantes maiores têm que agir, e agir rápido, não dar mais para esperar. É hora de somarmos forças para o enfrentamento dessa grave situação. Todos os segmentos da sociedade civil organizada têm que estar envolvidos nesse movimento para buscar alternativas e reivindicar junto aos órgãos responsáveis uma solução rápida para essa situação caótica que nos encontramos.

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