Wilma responsabiliza Governo Rosalba pelo agravamento da seca no Estado

Por: Alex Viana

ex-governadora_wilma_de_faria (1)A ex-governadora Wilma de Faria, presidente estadual do PSB e atual vice-prefeita de Natal, responsabilizou decisões do governo Rosalba Ciarlini (DEM) pelo atual quadro de dificuldades por que passa o Rio Grande do Norte em função da estiagem. Segundo Wilma de Faria, diversos programas que dizem respeito ao apoio social e econômico ao homem do campo, como Programa do Leite, Desenvolvimento Solidário, Compra Direta, Apicultura, foram paralisados. Quanto às obras estruturantes do setor de Recursos Hídricos, Wilma culpa as decisões do início do governo Rosalba, como a paralisação de obras como as das adutoras do Auto Oeste e de Carnaúba dos Dantas.

Wilma esteve recentemente nas regiões do Trairi e Seridó, onde pôde perceber que a situação da seca é grave, já que no ano passado não choveu e neste ano até agora as chuvas também têm sido em nível abaixo do necessário. Ela relata que quase metade (46%) dos bovinos foi dizimada. O milho prometido pelas autoridades através da Conab não tem chegado aos produtores. A Emater, que deveria dar assistência técnica não funciona. “O grande problema é que obras de infraestrutura, como a adutora do Auto Oeste e a de Carnaúba dos Dantas, e demais obras, foram paralisadas, e só agora que começaram a fazer. Não foram paradas na nossa administração. Mas depois que a nova administração iniciou”, denuncia Wilma.

A essas decisões do governo Rosalba Ciarlini somam-se outras que agravam o problema. Segundo Wilma de Faria, programas que somam positivamente em momentos como este de dificuldades no campo foram desativados no governo Rosalba Ciarlini. “O programa do leite está quase acabado. O programa Desenvolvimento Solidário também está parado. O compra direta não existe mais. A apicultura entre outros. Por conta de decisões que não foram tomadas”, apontou a ex-governadora.

Wilma acrescenta ainda a perfuração e manutenção de poços. Segundo Wilma, no seu governo não houve seca, mas a gestão atual preventivamente. “Nós não tivemos seca no governo. A gente teve chuva muita. O governo Iberê perfurou poços e não foram concluídas instalações. Mas o normal de um governo, principalmente num ano de seca, é dar manutenção e instalar, se tem alguma coisa perfurada e não foi instalada tem que dar continuidade. Afinal governo é uma instituição e o povo precisa que o poder público faça a sua parte”, disse.

A ex-governadora disse que a seca atinge grande parte da população do Estado porque a maioria das cidades vive da atividade agropecuária. “Nós temos hoje 95% do território do RN no polígono das secas, que é semiárido. Por isso, o Estado sofre muito com a seca”. Wilma diz que neste ano de seca é necessário que tanto o Governo Federal quanto o estadual devem implantar programas emergenciais, sem falar o que deve ser feito de forma permanente.

“Quando houver a transposição de águas do rio São Francisco teremos a integração das bacias do estado do RN e consequentemente a perenização dos rios. Com isso a gente vai diminuir os problemas que nós temos quando existem estiagem como essa, que dizem ser semelhante a de 1958. Esta está sendo pior porque no ano seguinte não choveu ainda. Por isso é importante que as obras estruturantes sejam feitas”, acrescentou a pessebista.

A barragem de Oiticica, na visão de Wilma de Faria, foi luta grande do seu mandão, e tinha sido assinada e licitada por seu governo e só agora será assinado de novo. “É fazer que esses recursos cheguem para fazer uma obra de dimensão de responsabilidade da União. As obras permanentes vão dar maior proteção, são as obras que precisam ser feitas já que a gente vive numa região com situação precária, social e econômica. Por isso é preciso dar apoio aos agricultores familiares, e ao agropecuarista pequeno e médio que também precisa de muito apoio para sobreviver”, enfatizou.

TANTO TEMPO

Falando como cidadã, não como oposicionista, Wilma diz relatar o que ouviu dos prefeitos, vereadores e do povo. “Obras que foram paradas pelo atual governo e isso prejudicou muito. Obras de infraestrutura que seriam benéficas inclusive para o período de estiagem como esse, a adutora do Auto Oeste, que só agora está concluindo a primeira etapa, mas quando deixou o governo tinha 80% concluída. Então, por que tanto tempo para concluir?”, continuou questionando a ex-governadora.

Segundo Wilma de Faria, além da adutora do Auto Oeste, a paralisação de obras como a da adutora de Carnaúba dos Dantas e o reforço da Adutora Monsenhor Expedito também foram decisões críticas do governo Rosalba Ciarlini. “Hoje a região está toda sem água, na época existiam recursos do Banco Mundial, e isso não foi feito. Porque, independente do fato de naquele momento nós não termos seca, a gente estava fazendo um trabalho preventivo, porque não estávamos em estiagem. Da mesma forma como fizemos adutoras na região do Seridó, em Serra de Santana, Trairí, região Agreste, deixamos o contrato da adutora de Apodi para Mossoró pronto, a presidente Dilma veio na minha gestão deixar o contrato da adutora. Não estou aqui sendo contra Rosalba. Estou a favor do RN”, afirma Wilma.

FUNDO

Wilma aproveitou para cobrar do governo Rosalba como anda o Programa de Combate à Pobreza Rural, criado no seu governo, que criou um Fundo de Combate à Pobreza. “O governo atual aumentou os impostos em relação ao Programa de Combate à Pobreza que já existia, (formado por impostos das áreas de combustíveis e telecomunicações), e esse fundo foi ampliado no atual governo, e esse recurso tem que ser direcionado, inclusive ser transparente, dizer quanto tem no fundo para poder investir todo ele na Zona Rural, porque quem está precisando é o homem do campo”, salientou.

Wilma ressaltou ainda o fato de que a Emater não funciona e que a Secretaria de Agricultura, uma pasta importante no momento de estiagem, estava sem titular desde outubro ou novembro do ano passado. “Isso tudo soma para a resolução dos problemas. Acho que o momento é de somar em favor do Estado”.

Fonte:Jornal de Hoje

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