Os protestos continuam e a juventude brasileira entra para a história mais uma vez..
Hoje eu tive uma longa conversa com o vice-presidente de um grande banco internacional no Brasil ao lado de 2 de seus principais executivos. Numa outra reunião, conversei com o presidente de um mega grupo de comunicação.
O que os dois tem em comum comigo e com cada um que estará nas ruas hoje?
Todos estão de saco cheio com a imoralidade institucionalizada que tem acontecido na política brasileira, com a incompetência na gestão dos serviços públicos básicos, com a violência banalizada nas grandes capitais e principalmente com a cara de pau dos corruptos que tomaram conta de nosso País.
Nessa hora, seja pobre, rico, intelectual ou analfabeto, todos são vítimas dos altos impostos e da corrupção causada pela cultura política no Brasil presente em todos os partidos políticos. Todos estão cansados de tudo isso. Basta!
E sabe de quem é a responsabilidade da conduta truculenta da polícia, agredindo gratuitamente os jovens que saíram de suas casas para se expressarem? Do governador de cada Estado. O chefe da polícia presta conta diretamente pra ele. Cobre dele esta conduta inaceitável de seus servidores públicos.
Por isso, desde que sejam conduzidos com foco e dentro da lei, eu apoio os movimentos sociais que ocorrem em todo Brasil. Para mim, este movimento representa um basta da sociedade que demorou mas chegou pra ficar.
Passagem de ônibus foi apenas a gota d’água.
E a Copa? É um erro demonizar a seleção brasileira ou o próprio evento esportivo que é parte de nossa cultura. Não confunda entretenimento legítimo com “pão e circo”. Os irresponsáveis foram os que geriram mal os recursos públicos ou se aproveitaram do evento para superfaturarem as obras dos estádios e ignoraram os investimentos nos aeroportos, transporte e infraestrutura que gerariam um enorme benefício para a sociedade. De novo, estamos falando dos maus políticos.
O Brasil, mesmo com a Copa, tem 117 bilhões aprovados em seu orçamento para educação somente para o ano de 2013, verba suficiente para fazer chover. Mas você consegue ver o efeito desses investimentos? Pois é, o problema está muito além da Copa e deve ser fiscalizado com mais profundidade.
PEC37, impunidade, corrupção, violência urbana, impostos abusivos para bancar os altos gastos públicos, isso sim, são causas que devem ser priorizadas por este movimento que só vai crescer e que já está fazendo muito político com rabo preso tremer de medo.
Parabéns a juventude. Vocês vão entrar para a história como a geração que mudou a história desta Nação.
Flávio Augusto
Geração de Valor
Brasileiros tomam as ruas do país contra corrupção, gastos públicos na Copa das Confederações e por mobilidade urbana
Uma série de manifestações mobilizou milhares de brasileiros em diferentes cidades do país nesta segunda-feira (17). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os protestos reuniram pelo menos 30 mil pessoas. Em Belo Horizonte, entre 18 mil e 20 mil pessoas. Em Brasília, cerca de 10 mil pessoas estão concentradas na Esplanada dos Ministérios e parte dos manifestantes chegou a subir a rampa e está neste momento na cobertura do Congresso Nacional.
Com o mote “Não são apenas 0,20 centavos”, além de se posicionar contra o preço do transporte público, os protestos criticaram a condução da política brasileira, a corrupção, os gastos públicos com as obras para as copas das Confederações e do Mundo de 2014.
As manifestações começaram a tomar corpo na última semana após as ações da Polícia Militar (PM), em São Paulo, que reagiram aos manifestantes contrários ao aumento da tarifa de transporte público na capital paulista. O episódio levou a Defensoria Pública do Estado de São Paulo a questionar a atitude da PM.
Em São Paulo, os manifestantes se concentraram no Largo da Batata e depois ocuparam as oito faixas da Avenida Brigadeiro Faria Lima. Ao contrário do que ocorreu na última manifestação, na quinta-feira (13) – quando a presença da PM foi ostensiva – ativistas e policiais entraram em acordo e, até o momento, não houve registro de conflito.
No Rio de Janeiro, as dezenas de milhares de manifestantes marcharam pela Avenida Rio Branco e se dirigiram à Cinelândia, na região central da cidade, onde ocuparam as escadarias da Biblioteca Nacional e da Câmara de Vereadores. De lá, seguiram pela Avenida Almirante Barroso em direção à Avenida Presidente Antonio Carlos até a Assembleia Legislativa do Estado (alerj). Houve confronto com a polícia e algumas pessoas queimaram um carro e depredaram uma viatura da PM.
Na capital mineira, a concentração do protesto teve início na Praça 7, no centro da capital. De lá, os manifestantes se dirigiram à Arena Mineirão, onde foi disputada nesta segunda a partida entre Nigéria X Taiti, pela Copa das Confederações.
Em Brasília, o protesto começou às 17h. Os manifestantes se concentraram em frente ao Museu da República e, de lá, marcharam em direção ao Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios. No momento, eles estão na cobertura do Congresso e tomam também o gramado em frente ao Parlamento.
Apesar do caráter pacífico das manifestações, ressaltado pela palavra de ordem “Sem violência”, entoada em todos os protestos, confrontos entre policiais e manifestantes foram registrados em Belo Horizonte, em Brasília e no Rio de Janeiro. Também houve registro de protestos em Fortaleza, em Curitiba, em Porto Alegre, em Salvador, em Belém e Campinas. Nós próximos dias, as manifestações, convocadas por meio das redes sociais, devem prosseguir.