ECONOMIA:Petrobras, Vale e Oi

Petrobras, Vale e Oi precisam gerar caixa para reduzir dívida e superar crise. Perda de valor vai a R$ 100 bi

Bruno Rosa, O Globo

Com endividamento elevado e um plano de investimento robusto pela frente, três das maiores empresas brasileiras de infraestrutura — Petrobras, Vale e Oi — estão seguindo a mesma receita: venda de ativos.

Afetadas pela desaceleração global e pela desvalorização do real, cada uma à sua maneira, elas vêm apertando os cintos para aumentar receitas enquanto veem seu valor de mercado despencar.

Este ano, as três gigantes já perderam R$ 100 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nas próximas semanas, quando divulgam resultados do segundo trimestre, as companhias seguem no radar dos investidores. A previsão é de quedas nos lucros.

A lista de ativos vendidos — para fazer caixa e focar no prioritário — é extensa. Nos últimos meses, a Petrobras se desfez de metade de seu portfólio na África, além de campos no Golfo do México e no Brasil.

Tenta ainda vender ativos na Argentina e no Japão. A Vale desistiu de um projeto na Argentina e passou à frente minas na Colômbia, enquanto prepara a venda de sua participação em uma produtora de bauxita e busca sócios para sua empresa de logística.

A Oi já passou o direito de uso de mais de seis mil torres pelo país este ano e acaba de vender sua rede de cabos submarinos. Juntas, as empresas arrecadaram até agora pelo menos R$ 11 bilhões.

— Há um problema generalizado de caixa por causa de uma menor demanda por commodities e serviços. Muitas empresas no Brasil passam por esse momento. É reflexo da crise global e do baixo crescimento do país. A saída é vender ativos que não geram valor e fazer caixa. A dúvida é saber se as vendas estão sendo feitas pelo preço ideal — diz Istvan Kasznar, economista da Ebape da Fundação Getulio Vargas.

Leia mais em Vendem-se ativos

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