Morre o cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos aos 72 anos

O cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos morreu hoje, às 18h, em decorrência de complicações infecciosas e cardíacas, aos 72 anos, em São Paulo. O músico estava internado desde 13 de janeiro no Hospital Sírio Libanês, após ser transferido do Recife.

A morte foi confirmada à Folha pela mulher do músico, Guadalupe Mendonça.

Dominguinhos posa para foto; músico desde a infância, ele foi, desde o início da carreira, incentivado por Gonzaga, que o consagrou como herdeiro artístico

Dominguinhos lutava contra um câncer no pulmão há seis anos. Ele havia sido internado em 17 de dezembro no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana, com um quadro de arritmia cardíaca e infecção respiratória. Em janeiro, foi transferido para São Paulo a pedido da família, dias após sofrer uma parada cardíaca no hospital.

Durante a internação no Recife, ele chegou a colocar um marca-passo para controlar a arritmia cardíaca, mas precisou o tempo todo de usar aparelhos para respirar.

Em São Paulo, seu quadro clínico melhorou e ele chegou a deixar a UTI (unidade de terapia intensiva) do Sírio-Libanês por duas vezes, a última delas em 14 de julho.

Na segunda-feira (22), porém, retornou à UTI por causa de infecções. “Ele está bem, mas teve várias infecções e voltou para a UTI. No hospital, você fica suscetível a isso”, havia dito Mendonça à Folha.

Em março, os filhos de Dominguinhos divergiam sobre seu estado de saúde. Enquanto o mais velho, Mauro Moraes, afirmava que o sanfoneiro estava em coma irreversível, outra filha, a também cantora Liv Moraes, dizia que o pai ainda tinha momentos de consciência.

Os dois brigam na Justiça pelo controle dos bens de Dominguinhos.

CARREIRA

Em uma de suas últimas apresentações, no dia 13 de dezembro, o artista havia feito show em homenagem ao centenário de Luiz Gonzaga, em Exu, no interior de Pernambuco.

Músico desde a infância, Dominguinhos foi, desde o início da carreira, incentivado por Gonzaga, que o consagrou como herdeiro artístico.

José Domingos de Moraes, Dominguinhos, nasceu em Garanhuns (PE), em 12 de fevereiro de 1941, começou a tocar e compor aos oito anos, com uma sanfona de oito baixos em feiras livres, para em seguida se profissionalizar com a de 48, 80 e 120 baixos.

Em 1950, ele conheceu Luiz Gonzaga, que o convidou para conhecer o Rio –o que acabou acontecendo quatro anos depois, quando Dominguinhos tinha 13 anos. Dominguinhos recebeu de seu padrinho musical uma sanfona e passou a tocar, fazer shows, participar das viagens e gravações de seus discos, o que acabou tornando-o conhecido como herdeiro musical de Gonzagão.

Dominguinhos teve músicas gravadas pelos maiores nome da MPB, como “Eu Só Quero um Xodó (em parceria com Anastácia), grande sucesso de Gilberto Gil, e “De Volta pro Aconchego” (em parceria com Nando Cordel), popularizada na voz de Elba Ramalho.

Fonte:Folha de S. Paulo

Deixar um comentário