Eduardo Campos adota discurso de candidato e alfineta políticas do PT

Pré-candidato à Presidência, ele também afirma que “essa velha política já deu o que tinha que dar”

Por Dinarte Assunção

Campos: “Se continuar [o crescimento] no ritmo atual, vamos ter que começar a demitir” (Foto: Júnior Santos / Folhapress) 

O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, governador de Pernambuco, criticou em entrevista exclusiva ao portalnoar.com a política econômica em curso do país. Sem querer polemizar, ele respondeu, a respeito das tentativas do ex-presidente Lula em isolar o PSB, “que não pode fazer nada”.

“O Nordeste tem 28% da população, e depois de 10 anos bons para a região, saímos de um crescimento de 13% para 13,5%. Crescemos depois da vírgula. Se continuar no ritmo atual, vamos ter que começar a demitir. O Brasil não pode parar. O mais que sugerimos é para ser a transição entre esse modelo e o que propomos”, afirmou Campos.

O governador de Pernambuco realçou ainda que há muita desigualdade social para ser vencida no Brasil, tocando em um tema que é apresentado pelo PT como vitrine de sua gestão. “Não dá para negar. Há muita desigualdade social no Brasil ainda. Tem muita pobreza”.

Sempre alfinetando a atual conjuntura, ele considerou também que o que chamou de “velha política” já deu sua contribuição. Embora não tenha citado o nome de ninguém, a declaração foi dada em resposta ao questionamento de como ele avaliava a interferência do ex-presidente Lula para isolar o PSB.

“Nosso interesse é fazer política. Foi o que fiz em 2006 quando me elegi governador e ganhei contra PMDB e PT que polarizavam. A gente vai fazer nossa movimentação. Nossa preocupação não é com chapa agora. A preocupação é com política. Não dá mais para o brasil ser submetida a essa velha política. Ela já deu o que tinha que dar”, disse o presidente nacional do PSB.

Neoaliado de Marina Silva e de sua Rede de Sustentabilidade, Campos lembrou que o projeto que ambos estão encampando é maior que eventuais tentativas de interferências externas.

“Não é uma aliança que nega nosso passado [ambos são ex-ministros de Lula] e amigos. É um direito democrático que temos de oferecer uma proposta. Somos chamados de terceira via, mas quando terminar a eleição seremos a via”, enfatizou.

Reservadamente e antes de Marina se tornar sua aliada, Campos vinha admitindo a assessores próximos que só não entraria para a disputa de 2014 caso tivesse que concorrer diretamente com o ex-presidente Lula. Agora, seu discurso mudou.

“Fizemos uma aliança sábado passado. Dia 23 vamos fazer um debate sobre o conteúdo programático. Dia 29 de outubro temos um seminário. Em 2014 é que vamos definir tática eleitoral. Quanto às decisões de outros partidos, não podemos fazer nada. estamos pensando no programa”.

Fonte:Portal no Ar

 

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