PMDB da Câmara ameaça devolver ministérios

A segunda fase da reforma ministerial de Dilma Rousseff empacou no PMDB. Dono de cinco pastas (Agricultura, Turismo, Aviação, Minas e Energia e Previdência), o partido do vice-presidente Michel Temer pediu mais um ministério, o da Integração Nacional. A presidente se dispôs a ceder. O problema é que ela impôs duas condições.

O PMDB havia indicado o senador paraibano Vital do Rêgo. Dilma informou que prefere o cearense Eunício Oliveira. Por quê? Eunício é candidato ao governo do Ceará. Refugado pelo PT federal e pelo atual governador Cid Gomes (Pros), ele ameaça abrir seu palanque para Aécio Neves. Atraído para a Esplanada, deixaria de ser um problema.

Ou seja: Dilma não deseja Eunício por enxergar nele um bom ministro. Quer segurá-lo em Brasília para limpar o terreno no Ceará. Sem muito esforço, Eunício se deu conta de que ficaria mal no Estado e na bancada. Líder do PMDB no Senado, ele participara da articulação que fizera de Vital o ‘ministeriável’ oficial do partido.

Como segunda condição, Dilma impôs a devolução da pasta do Turismo. Ela quer entregar a vaga para o presidente do PTB, Benito Gama, momentaneamente alojado numa diretoria do Banco do Brasil. Dessa vez, quem torceu o nariz foi o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).

Hoje, o PMDB é uma equilibrada federação de interesses. Dos cinco ministérios controlados pela legenda, um é da cota de Temer (Aviação), dois são da cota do PMDB do Senado (Previdência e Minas e energia) e dois são da Câmara (Agricultura e Turismo).

Na fórmula proposta por Dilma, o PMDB continuaria com cinco pastas, a cota dos senadores passaria de dois para três ministérios e o quinhão dos deputados seria reduzido à Agricultura. Aliado do governador do Rio, Sérgio Cabral, às turras com o PT, Eduardo Cunha passou a flertar com o desembarque.

Cunha convocou para 15h desta quarta-feira (5) uma reunião da sua bancada. Levará a voto a proposta de devolver a Dilma as pastas da Agricultura e do Turismo, cujos titulares, candidatos em 2014, já limpam as gavetas. O Planalto dá de ombros para o arroubo de Eduardo Cunha. Parece não acreditar na ameaça dele. A caciquia do PMDB avalia que Dilma brinca com fogo. A ver.

Fonte:Blog do Josias de Souza

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