Um levantamento anual do Conselho de Cidadania do México para a Segurança Pública revelou que o Rio de Janeiro não ficou entre as 50 cidades mais violentas do mundo, em 2017. O resultado do ranking anual expõe contradições a respeito da decisão do presidente Michel Temer (MDB) e do Congresso Nacional de decretar a intervenção do Exército na Segurança Pública do Rio de Janeiro, com base na violência da capital fluminense.O estudo mostra que a capital do Rio Grande do Norte, Natal, registrou o triplo do índice de violência da capital fluminense. E figura como a cidade mais violenta do Brasil, com índice de 102,56 mortes por 100 mil habitantes – a quarta cidade onde mais se mata no mundo.

Sem o mesmo tratamento dado ao Rio de Janeiro, há 17 municípios brasileiros detém índices muito piores do que os da capital fluminense.

Além de Natal, as seguintes cidades brasileiras deveriam sofrer intervenção como a que ocorre no Rio, se fosse levado em conta a posição que ocupam entre as cidades onde mais se mata no mundo: Fortaleza-CE, com a 7ª posição no vergonhoso ranking; Belém-PA (10ª); Vitória da Conquista-BA (11ª); Maceió-AL (14ª); Aracaju-SE (18ª); Feira de Santana-BA (19ª); Recife-PE (22ª); Salvador-BA (25ª); João Pessoa-PB (30ª); Manaus-AM (34ª); Porto Alegre (39ª); Macapá-AP(40ª); Campos dos Goytacazes-RJ (45ª); Campina Grande-PB (47ª); Teresina-PI (48ª) e Vitória-ES (49ª).

Uma peculiaridade dessa pesquisa entre cidades com mais de 300 mil habitantes é excluir mortes em “zona de confronto” ou cidades com dados indisponíveis. Mas o Diário do Poder apurou que tal fato não afetou os números da cidade do Rio de Janeiro, que ficou fora da lista por ter registrado 32,5 mortes por 100 mil habitantes, em 2017. Vitória, por exemplo, foi a 49ª cidade listada e registrou 36,07 mortes por 100 mil habitantes.

O levantamento expõe a concentração da violência mundial em 42 cidades da América Latina, com a cidade mais violenta do mundo: Los Cabos, no México. E, das 42 cidades da América Latina que aparecem na lista, além das 17 brasileiras estão 12 localizadas no México, cinco na Venezuela, três na Colômbia, duas em Honduras, e uma em El Salvador, Guatemala e Jamaica.