Saiba como se proteger de golpes financeiros após roubo de celular

Tânia Rêgo/Agência Brasil Fonte: Portal Grande Ponto

Com a média de um roubo ou furto de celular a cada 53 minutos no Rio Grande do Norte em 2021, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, cresce o medo de prejuízos financeiros e golpes bancários a partir da perda do aparelho. Nos dias atuais, onde o smartphone se tornou capaz de fazer compras e movimentações bancárias, as vítimas de roubo ou furto podem enfrentar outra dor de cabeça, além da perda do bem material em si, e acabar endividadas.

A partir do roubo do celular, os criminosos conseguem desbloquear os aparelhos e acessam aplicativos de bancos, carteiras digitais e dados pessoais. Além de pagamentos, transferências, compras online e extorsões, as vítimas podem sofrer ainda tentativas de empréstimos. A jornalista Kathleen Lopes foi vítima de assalto e teve o celular roubado, o que desencadeou uma série de tentativas de golpes financeiros por parte dos criminosos.

O presidente da Comissão das Relações de Consumo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RN), Pedro Petta, diz que cliente e banco estabelecem uma relação de consumo e por isso estão submetidas aos dispositivos do Código de Defesa do Consumidor. Petta explica que majoritariamente, a jurisprudência entende que os golpes são riscos inerentes à atividade bancária.

“A partir do momento que o banco fornece um aplicativo e que ele venha a sofrer algum tipo de fraude ou furto, o banco tem a responsabilidade objetiva nesses casos por se tratar de uma relação de consumo. O banco tem que criar mecanismos de segurança para evitar esse tipo de situação”, explica.

O advogado detalha ainda que o consumidor tem uma parcela de responsabilidade, que consiste, por exemplo, em não deixar a senha exposta, não deixar o aplicativo do banco sem algum tipo de proteção. “O banco tem a responsabilidade, mas o consumidor tem que tomar esses cuidados paliativos”, afirma. Sobre a responsabilidade da instituição bancária, Petta diz que operações incomuns devem ser notificadas aos usuários.

“A partir do momento em que o banco identifica uma operação de um valor que o cliente não costuma fazer ou em um horário fora do perfil, e ele permite ou não entra em contato com o consumidor para verificar a autenticidade dessa operação, a gente considera que isso é uma falha no dever de segurança da instituição na prestação de serviço”, ressalta.

Nos casos em que os golpes foram consumados e não há entendimento administrativo entre banco e cliente, a orientação é buscar a via judicial, diz Pedro Petta. “Caso o banco se negue a restituir, o conselho é buscar um advogado especializado nessa área. Após quantificar esse dano e demonstrando que houve boa fé do consumidor, o cliente pode ajuizar uma ação para reparação dos danos”, orienta.

Dicas de segurança:

  1. Tome muito cuidado com informações que são publicadas em redes sociais. Nunca deixe exposto seu número de celular;
  2. Não compartilhe seu código de autenticação do WhatsApp;
  3. Evite compartilhar dados pessoais em mensagens;
  4. Não compartilhe com ninguém que faça contato, em nome do banco, suas senhas de acesso (cartão, transações eletrônicas – Pix, TED etc);
  5. Não acesse links suspeitos ou promoções muito tentadoras enviadas por mensagem;
  6. Mantenha sempre seu dispositivo com as últimas atualizações de segurança e solução antivírus. Sempre use sistemas operacionais e programas legítimos e baixe aplicativos de lojas oficiais;
  7. Lembre-se que o banco não solicita senhas de acesso através de telefone, SMS, WhatsApp, Facebook ou qualquer outro aplicativo de mídia social;
  8. Não clique em links recebidos de desconhecidos via e-mail, WhatsApp, redes sociais ou por mensagens de SMS. Códigos de segurança enviados por SMS não devem ser informados a ninguém. Nenhum funcionário irá solicitar esse dado;
  9. Não acesse serviços do banco a partir de dispositivos de outras pessoas;
  10. Ative a confirmação em duas etapas do aplicativo;
  11. Evite baixar ou instalar arquivos que receber por mensagem;
  12. Use a biometria facial ou digital para desbloqueio da tela inicial do celular (são mais fortes do que as opções de desbloqueio por desenho ou PIN);
  13. Ative o bloqueio temporário de tela com senha;
  14. No celular, computador e tablets nunca use a opção “salvar senha” em dispositivos, navegadores, sites e aplicativos;
  15. Mantenha firewall ativado e evite utilizar wi-fi público.

Com informações da Tribuna do Norte

Fonte: Portal Grande Ponto

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