PSB será presidido por um desafeto de Marina

Depois da morte de Eduardo Campos e da derrota de Marina Silva, o PSB tenta achar alguma luz no fim do túnel. Ainda não achou nem o túnel. Nesta segunda-feira, a legenda promoveu uma dança de cadeiras no seu comando. Apeou da presidência Roberto Amaral, recém-convertido à candidatura de Dilma Rousseff. Assumiu o posto Carlos Siqueira, que acompanhou a maioria do partido na decisão de apoiar o tucano Aécio Neves no mata-mata do segundo turno da sucessão.

Suprema ironia: ex-coordenador da campanha presidencial de Campos, Siqueirarompeu com Marina quando ela, ao assumir a cabeça da chapa do PSB, indicou o escudeiro Walter Feldman para dividir a coordenação. Amaral se absteve de endossar o gesto do correligionário. Agora, Marina e Siqueira apoiam Aécio. E Amaral, que foi da neutralidade ao apoio a Dilma, talvez tenha de migrar para o PT.

O pernambucano Siqueira era homem de confiança de Miguel Arraes na estrutura do PSB. Neto de Arraes, Eduardo Campos preservou os laços da família com Siqueira. Chamava-o de Carlinhos. Secretário-geral do PSB, Siqueira teve a ascensão à presidência avalizada por Renata, a viúva de Campos. O número 2 da legenda será outro pernambucano, o governador eleito Paulo Câmara, alçado ao posto de vice-presidente do partido.

Amaral tentou de tudo para se manter no comando do PSB. Mas tudo não quis nada com ele. Chegou a angariar apoios para derrotar o diretório de Pernambuco, que torcia o nariz para sua permanência. Mas perdeu-se no debate sobre o segundo turno. Simpático ao PT, tentou arrastar para a neutralidade um partido que pendia majoritamente para Aécio. Foi desligado da tomada. Nem compareceu à reunião em que o PSB remodelou sua Executiva.

Fonte:Blog do Josias de Souza

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