Reeleitos estão menos fiéis ao governo na Câmara

Dois de cada três deputados reeleitos votam menos com o governo hoje do que em 2011, primeiro ano da gestão Dilma, segundo o Estadão. Entre eles, 40 mudaram de lado e seguem agora mais a oposição

POR CONGRESSO EM FOCO |

Procura-se aliado: governo enfrenta dificuldade para aprovar propostas de seu interesse na Câmara – Jonas Pereira/Ag. Senado

 

Levantamento publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (2) revela que dois de cada três dos 299 deputados reeleitos estão menos governistas hoje do que em 2011, primeiro ano da gestão Dilma Rousseff. Ao todo, 16 partidos estão menos fiei ao Palácio do Planalto. Entre os parlamentares que participaram do começo das duas legislaturas, 40 mudaram de lado: votam atualmente mais com a oposição do que com o governo.

Segundo a pesquisa, o grau de governismo desses 299 deputados caiu de 78 pontos para 65, numa escala que vai de 0 a 100. Os números foram apurados pelo Basômetro, ferramenta online do Estadão Dados que mede o governismo de parlamentares, partidos e bancadas estaduais. Pela escala, se um deputado votar seguindo sempre as orientações do líder do governo, sua taxa de governismo é de 100. Se votar na metade das vezes, seu índice é de 50.

O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) é o que mais se afastou do Planalto no período. Ele votou em 98% das vezes com o governo em 2011. Este ano Goergen seguiu a orientação governista em apenas 25% das votações. Um dos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Operação Lava Jato, o deputado afirma que não há relação entre a abertura do inquérito e sua posição em plenário. O que mudou, explica, é que antes, por estar em primeiro mandato, apenas seguia a orientação do PP, que estava afinado com o Planalto. Desde 2014, o PP gaúcho está rompido com Dilma.

Outro “vira-casaca” apontado pelo Estadão é o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), conhecido como Paulinho da Força. Fiel ao governo em nove de cada dez votações em 2011, Paulinho agora é um dos articuladores do impeachment da presidente Dilma e seguidor do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Segundo a reportagem, assim como Goergen, todo o PP se afastou do governo. Movimento similar ocorreu no partido do vice-presidente Michel Temer, o PMDB. Dos 46 peemedebistas reeleitos, 41 (89%) reduziram o índice de fidelidade ao Planalto. Rompidos formalmente com o governo atualmente, o PSB, PTB e o PDT também contribuíram para a queda do governismo nas votações.

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