Congresso decide futuro de Delcídio, de Cunha e do governo

Governo aposta na aprovação da revisão da meta fiscal para não entrar em colapso. No Senado, oposição prepara representação contra petista. Na Câmara, Cunha tenta barrar sua cassação

Antônio Cruz/ABr

A semana promete ser decisiva para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e para o governo. Os dois parlamentares podem ficar mais perto da cassação do mandato. Já o Executivo, que anuncia nesta segunda-feira (30), um corte de R$ 10,7 bilhões no orçamento, corre contra o relógio para que o Congresso Nacional aprove a revisão da meta fiscal para 2015. Do contrário, poderá agravar a crise que afeta suas contas.

Partidos de oposição pretendem entrar com pedido de cassação do mandato de Delcídio no Conselho de Ética, por quebra de decoro parlamentar. Receosos de o pedido não partir da Mesa, uma vez que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também é investigado no Supremo Tribunal Federal pela Operação Lava Jato, o PPS, o PSDB, o DEM e a Rede se movimentam para entrar com representação nesta terça-feira (1º) contra o ex-líder do governo. O presidente do Senado, no entanto, tem dado sinais de resistência à instalação do Conselho de Ética.

Na Câmara, a promessa também é de dias agitados. Nesta terça-feira o Conselho de Ética se reunirá para votar o parecer preliminar de Fausto Pinato (PRB-SP). O deputado já se manifestou pelo prosseguimento da ação contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ele, a representação apresentada pela Rede e pelo Psol traz indícios que podem ser considerados como quebra de decoro parlamentar do peemedebista, o que o fez redigir parecer pela admissibilidade do caso. Os integrantes do conselho deverão votar agora pela continuidade ou não do processo. Entre outras coisas, Cunha é acusado de ter mentido à CPI da Petrobras ao negar a existência de contas na Suíça.

Antes de a batata assar para o seu lado, Cunha pretende acender outra fogueira. Ele anunciou que pretende decidir, no início desta semana, sobre todos os sete pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que ainda estão pendentes de decisão. No Conselho de Ética, o deputado fluminense depende do voto de três petistas para impedir o avanço de seu processo de cassação.

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