Inclusão social agrega valor aos cafés especiais

Rede produtiva pode ter também sustentabilidade ambiental e econômica

Café é apresentado durante feira em Belo Horizonte

Nitro Historias Visuais/Divulgação

Por Gilberto Costa – Enviado especial a Belo Horizonte  Brasília

A produção do café tem diferenciais que tornam a bebida especial. O fruto é orgânico. Os pés de café são cultivados na floresta junto a bananeiras e castanheiras, e não recebem nenhum defensivo agrícola ou aditivo químico. A colheita é feita pelas mãos dos indígenas. Também não há uso de máquinas para a lavagem dos grãos, secagem e seleção.

“Tem muito preconceito contra os povos indígenas nesse mercado, mas nós produzimos e tratamos esse café como se fosse a floresta”, defende Henrique Suruí, cacique geral do povo da reserva sete de setembro.

O cacique esteve em Belo Horizonte, durante a Semana Internacional do Café, a principal feira do produto na América Latina, para acompanhar produtores indígenas entre eles, Wilson Nakodah Surui, da aldeia Kabaney, premiado durante o evento.

Etnia de Roraima vai produzir café em parceria com maior marca brasileira
Etnia de Rondônia vai produzir café em parceria com maior marca brasileira – Funai/Divulgação/Direitos Reservados

O modo dos indígenas cuidam do café tem reconhecimento no mercado em honrarias e em dinheiro. Em Cacoal (RO), cidade mais próxima da terra indígena, a saca do café do grão do tipo canéfora (plantado no estado) foi negociada este ano a R$ 300. As 1.500 sacas dos Suruí de Rondônia foram vendidas por R$ 600, o dobro do preço.

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