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Após acordo pró-Dilma, PMDB consegue mais verbas
Partido é contemplado em outubro com empenho de R$ 35,8 milhões de emendas, quase 3 vezes valor obtido pelo PT
De Gerson Camarotti:
No mesmo mês em que, num jantar em Brasília, fechou aliança para apoiar a candidatura presidencial da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o PMDB foi o partido mais contemplado em relação às liberações de emendas feitas pelo Planalto.
Segundo dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), o PMDB teve em outubro R$ 35,8 milhões em emendas parlamentares empenhadas — quase três vezes o obtido pelo PT, que conseguiu empenhar R$ 13,6 milhões, e pelo PSB, que empenhou R$ 13,3 milhões.
O empenho é o compromisso assumido pelo governo de que haverá o pagamento dos recursos destinados a obras e projetos em seus estados.
Pelo levantamento da assessoria da liderança do DEM, em outubro o empenho das emendas atingiu o maior valor no ano: R$ 252,4 milhões.
Considerado baixo pelos parlamentares, diante de R$ 6 bilhões previstos no Orçamento, é maior do que os empenhos de setembro, R$ 97,8 milhões, e agosto, R$ 22,1 milhões. Em 2009, o total de empenho soma R$ 811,1 milhões.
Analisando proporcionalmente as bancadas partidárias, o PMDB mostra desempenho acima da média dos demais aliados, mesmo considerando que é a maior bancada.
Em outubro, o PR teve empenho de emendas individuais de R$ 4,5 milhões, o PCdoB, de R$ 4,2 milhões, o PDT, de R$ 4,0 milhões e o PP, de apenas R$ 2,4 milhões.
Os parlamentares de oposição conseguiram bons volumes de desempenho em outubro: o PSDB, R$ 9,5 milhões e o DEM, R$ 2,4 milhões. A oposição vê risco de a força do PMDB começar a incomodar outros partidos da base de Lula.
— O PMDB se impôs como peça fundamental na base do presidente Lula. Com o apoio do PMDB organizado, não existe mais CPI. Essas liberações mostram a consolidação do PMDB como principal força de sustentação do governo e da candidatura de Dilma — afirmou o presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ).
— O PMDB exerce cada vez mais poder. Isso provocará desequilíbrio e reação de outros partidos da base.
Para o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), as liberações que favorecem o PMDB não seguem critérios políticos, mas técnicos. Ele explica que o critério utilizado pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é de empenhar emendas que estejam associadas com programas que estão em execução pelos ministérios:
— O PT não tem nada que reclamar.
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