Fumaça branca indica que o próximo papa foi escolhido

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Cardeais elegem novo papa, e chaminé solta fumaça branca – Alberto Pizzoli/AFP

Segunda rodada de votação desta quarta foi conclusiva

A tão esperada fumaça branca anunciando aos mais de 1 bilhão de fiéis da Igreja Católica que o novo papa foi escolhido finalmente pôde ser vista saindo da chaminé da Capela Sistina nesta quarta-feira. Muitos fiéis aguardavam esse momento com ansiedade na Praça de São Pedro. Para que o pontífice tenha sido escolhido, seu nome precisou alcançar maioria de dois terços, ou 77 votos. O consenso só foi atingido depois de duas rodadas de fumaça negra desde o início do conclave. O anúncio oficial do novo papa deve ser feito até por volta das 16h20, indicando como ele será chamado daqui para frente.

O nome do novo papa, o 226º pontífice da Igreja Católica Romana, por tradição não é revelado até que ele apareça na sacada em frente à Praça de São Pedro, onde uma multidão aguarda a notícia. Eram necessários ao menos 77 dos 115 votos no conclave para que um novo pontífice fosse eleito. A escolha do sucessor de Bento XVI foi rápida. Em 2005, a fumaça branca só saiu da chaminé na quarta rodada de votação, no segundo dia de conclave. O antecessor de Bento XVI, João Paulo II, foi anunciado como novo pontífice depois de três dias de conclave, em 1978.

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Contexto – Um conclave realizado com o antigo papa ainda vivo é uma novidade para os cardeais no Vaticano, mas este ano, o conclave que escolherá o sucessor do agora papa emérito Bento XVI tem outra situação incomum. As reuniões preparatórias giraram em torno de temas incômodos para o Vaticano, como as irregularidades no Banco do Vaticano e a descoberta de chantagem envolvendo altos integrantes da Cúria que participavam de orgias homossexuais. Houve discussões sobre a divulgação do conteúdo de um relatório com informações sobre os problemas internos da Cúria aos cardeais – a expectativa é que apenas o futuro papa tenha acesso ao documento.

Os cardeais americanos foram os mais insistentes, mas depararam com a resistência dos cardeais da Cúria, liderados pelo ex-secretário de Estado Tarcísio Bertone. Apesar da tentativa do camerlengo de esconder os desmandos no Vaticano, muitas informações foram publicadas por jornais italianos. Para alguns cardeais, ter acesso ao conteúdo completo da apuração encomendada por Bento XVI a três cardeais de sua confiança poderia influenciar seu voto, já que uma das características apontadas como essenciais para o próximo pontífice é a habilidade de gerir problemas e conhecimento sobre a Cúria Romana para poder reformá-la.

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Segredo – O processo de escolha do novo papa é envolvido em muito segredo. O próprio termo “conclave” decorre da ideia de que os cardeais são trancados (“com chave”) no interior da Capela Sistina para a votação. Os funcionários que prestarão assistência aos cardeais durante o conclave (cozinheiros, faxineiros, médicos, enfermeiras) tiveram de fazer um juramento de sigilo sobre o que ocorre na assembleia. Violar o segredo resulta em excomunhão.

Os cardeais também fazem um juramento de sigilo e não podem ter contato nenhum com o mundo exterior – não podem ler jornais, acessar a internet, usar celulares. Um sistema para bloquear o sinal dos aparelhos e impedir o uso de redes sem fio foi instalado no Vaticano. A aparelhagem visa evitar o que aconteceu em 2005, quando um cardeal vazou a informação de que Joseph Ratzinger havia sido eleito e um canal alemão espalhou a notícia antes do famoso anúncio Habemus Papam.

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