Cyrus Benavides: a dor do amigo

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Do advogado Cyrus Benavides:

Não quero mais brincar nesse jogo da vida. O meu ídolo, dos ídolos jurídicos, partiu.

O meu coração fraterno quando crescer , sonha em ser um Miguel Josino . Meu pai foi o médico que o trouxe ao mundo 48 anos atrás, na pequena cidade de Areia Branca.

Ele sempre foi bom em sua essência. Era um sábio humilde. Tinha um abraço capaz de trazer um aconchego coletivo. Era certeiro nas palavras. Escrevia com suavidade. Seu dom era encantar pessoas. Sem artifícios ou esforços, traduzia uma vida de luta por um mundo mais justo.

Nos falamos há poucos dias. Por telefone, ele oferecia sua amizade tão valiosa, quando passei por um momento difícil. E eu pensei comigo: como um homem tão ocupado, tem tempo de se preocupar com o problema do outro? Mas essa era justamente sua melhor especialidade. Essa era a disciplina que ele lecionava na sala de aula.

Essa foto desse aperto de mão, foi postada por ele em seu instagram, numa caravana solidária. E ele escreveu como legenda, um trecho de um de seus autores preferidos, Mia Couto : ” É que em todo lado, mesmo no invisível, há uma porta. Longe ou perto, não somos donos, mas simples convidados. A vida por respeito, requer constante licença. ”

Suas córneas serão doadas. Como se seus olhos tivessem necessidade de guiar novas estradas. Seu coração será doado. É muito grande para caber em um só corpo. É muito bondoso, para fazer o bem em apenas 48 anos.

Se eu pudesse, fragmentaria o coração de Miguel em um milhão de pessoas, fazendo assim uma verdadeira revolução do amor.

Fonte:Blog Thaísa Galvão

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