Governo Federal libera R$ 1 bilhão em emendas parlamentares

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Ás vésperas do fim do recesso parlamentar, o governo autorizou a liberação de cerca de R$ 1 bilhão referente a restos a pagar de emendas parlamentares de 2014 e anos anteriores. A primeira liberação de recursos a parlamentares neste ano é uma tentativa do governo de acalmar deputados e senadores em meio às crises política e econômica, que devem ser acentuadas neste segundo semestre. Haverá prioridade aos pagamentos de emendas para compra de máquinas e equipamentos, mas as verbas para gastos com obras também serão contempladas.

“Não tem nenhum milagre. O que tem, pura e simplesmente, é que o governo está cumprindo a Lei Orçamentária. A nossa esperança é que a base do governo se solidifique mais”, disse o ministro Eliseu Padilha (Aviação Civil), que atua diretamente na articulação política do governo. “Queremos mostrar que, no embate político, temos que unir forças”, afirmou. Um líder partidário disse ter recebido telefonema do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), para comunicar a liberação de emendas.

Durante o recesso parlamentar, deputados demonstraram indignação com a dificuldade em obter as verbas do orçamento. Eles dizem estar sendo pressionados por prefeitos em suas bases eleitorais que, às vésperas das eleições, não têm recursos para executar as obras.

Em outra frente para atender à demanda nos Estados, a presidente Dilma Rousseff reúne hoje em Brasília, os 27 governadores em busca de ajuda para evitar a aprovação de gastos extras previstos em projetos do Congresso, a chamada “pauta bomba” de despesas para a União, Estados e municípios. Dilma também tentará dar um tom menos pessimista sobre o futuro da economia, mesmo em meio à crise aguda. Os ministros da área econômica devem apresentar dados mostrando que a economia pode começar a reagir já no fim deste ano e, apesar das dificuldades, há uma luz no fim do túnel.

Na reunião de coordenação política, na última segunda-feira, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, apresentou a seus colegas da área política dados mostrando que há indícios de uma reação e uma recuperação real já em 2016. Joaquim Levy afirmou, ao sair de uma reunião com empresários, que há sinais de boas notícias, como uma leve recuperação das exportações.

A presidente quer que os dois ministros façam a mesma apresentação aos governadores. A intenção é angariar apoio político às medidas que estão sendo tomadas para tentar recuperar a economia e, indiretamente, à própria presidente, em uma tentativa de mostrar que há um projeto de governo e que Dilma é a garantia da solução para a crise econômica.

Agência Estado

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