RN:Liga completa 66 anos de atendimento a pacientes com câncer

Primeira sede foi instalada numa antiga casa de recolhimento, no bairro das Quintas

Liga completa 66 anos no RN

Por Lara Paiva – Portal no Ar

No dia 17 de julho de 1949, um grupo de médicos resolveu criar a Liga Norte Riograndense Contra o Câncer, no qual nesta sexta-feira (17) completa 66 anos e é referência ao tratamento da doença.

A primeira sede foi instalada numa antiga casa de recolhimento, no bairro das Quintas, que hoje é o Hospital Dr. Luiz Antônio, um dos fundadores da instituição.

A Liga por mês realiza 780 internações, 700 cirurgias, 430 novos casos diagnosticados, 39 mil procedimentos cirúrgicos, mais de 700 consultas, recebe 3200 pacientes, mais de 13 mil tratamentos de radioterapia e dois mil de quimioterapia em todas as unidades no Rio Grande do Norte.

“A Liga nasceu para fornecer uma estrutura para aqueles que não tinham mais chance de cura contra a doença. Naquela época as chances eram muito mais restritas”, afirmou o superintende da Liga, Ricardo Curioso.

O objetivo era fornecer tratamento e hospitalização, o trabalho era feito por médicos, enfermeiros e voluntários. Atualmente, a estrutura do hospital é mantida graças ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A unidade começou a ampliar na década de 1970, com a chegada do primeiro médico especializado em oncologia. Foi nesse período que chegou a primeira de bomba de cobalto, máquina fundamental para o atendimento de radioterapia. É nesta mesma época que o superintendente começa a trabalhar na unidade.

“Estava ainda estudando medicina [quando entrei na Liga]. Todo jovem tem aquele romantismo com a profissão. Eu auxiliava as cirurgias de Doutor Ivo Barreto. Quando nós conseguíamos superar as dificuldades, isto me animava, ficava feliz. Então comecei a criar raízes aqui. Em 1980 fui contratado”, relatou o superintendente.

O médico comentou que o seu ingresso à Liga Norteriograndense Contra o Câncer foi similar de outros profissionais dentro da unidade. “Mesmo matando quatro leões por dia, a gente está trabalhando no que gosta”, disse.

Ao ser questionado das dificuldades em manter a unidade, ele respondeu que os problemas são similares aos hospitais que fazem atendimento ao SUS, como demora nos repasses financeiros. “Nós fazemos os respectivos ajustes para que nada falte”, explicou Curioso sobre como faz para manter o atendimento de alta qualidade.

Hoje, a Liga é reconhecida pelo Ministério da Saúde como um Centro de Alta Complexidade em Oncologia, o único do Rio Grande do Norte. Essa classificação se deve à amplitude e qualificação da assistência oncológica oferecida. Além de tratamento específico com os mais atualizados recursos terapêuticos, as áreas de ensino e pesquisa, prevenção, reabilitação e cuidados paliativos fazem parte da atuação da instituição.

“A gente tem orgulho de realizar o tratamento de alta qualidade para todo o tipo de pessoas, independente da classe social”, enfatizou o médico.

Eles fazem tratamento de todos os tumores malignos, com exceção dos neurológicos. Além disso, eles fazem atendimento ambulatorial, tratamento de quimioterapia, radioterapia e realização de cirurgias. Toda formação médica vem do Rio de Janeiro e São Paulo.

“Os doentes inicialmente fazem consulta com um clínico geral e depois são encaminhados para cá”, comentou.

Além do Hospital Dr. Luiz Antônio, eles também possui Centro Avançado de Oncologia (Cecan), inaugurado em 2001; a Policlínica, Hospital de Oncologia do Seridó, localizado em Caicó; e a Casa Irmã Gabriela, que acolhe pacientes do interior do estado que não tem condições de pagar uma hospedagem na capital potiguar.

Deixar um comentário