Coca-Cola, Ambev e PepsiCo mudam política para refrigerante em escolas

Do G1, em São Paulo

Coca-Cola, Ambev e PepsiCo mudam política para refrigerante em escolas

Empresas anunciam que deixarão de vender refrigerante à escolas para crianças de até 12 anos. (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

Empresas anunciam que deixarão de vender refrigerante à escolas para crianças de até 12 anos. (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)

As gigantes de bebidas Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil anunciaram nesta quarta-feira (22), em comunicado conjunto, um acordo para mudar a política de venda de refrigerantes em escolas.

Segundo as empresas, a partir de agosto, as fabricantes deixarão de vender refrigerantes diretamente às cantinas de escolas “para crianças de até 12 anos (ou com maioria de crianças de até essa idade)”.

Pelo acordo, elas passarão a vender “apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos”.

No caso de grandes escolas, que contemplem crianças e adolescentes de diversas idades, o trabalho será feito pela conscientização do cantineiro e da diretoria – que determinam as regras internas.

A diretora de Categorias da Coca-Cola Brasil, Andrea Mota, explicou, em entrevista, que as empresas envolvidas na ação não têm poder para fiscalizar as vendas dentro das escolas, mas que podem sugerir as mudanças por meio da campanha.

Outra novidade, de acordo com a diretora, é que a Coca-Cola vai comercializar apenas latas em versão mini dos seus refrigerantes nas escolas, com 250 ml (100 ml a menos que a lata convencional). A medida será adotada para tentar reduzir o consumo mesmo entre os mais velhos.

Mota falou também que não foram feitos cálculos sobre o impacto financeiro da ação e que não tinha a estimativa de quantas escolas deixarão de receber os produtos. “Não temos esse estudo porque não foi uma decisão comercial”, explicou.

A proibição da venda de refrigerantes em escola tem sido uma cobrança crescente e alvo de diversos projetos de lei pelo país em razão do aumento da preocupação com a obesidade infantil e da defesa de uma alimentação mais saudável.

A mudança da política de venda de refrigerantes em escolas será tema do programa Bem Estar desta quinta-feira (23).

Consumo e maturidade
No comunicado conjunto, as empresas reconhecem que “crianças abaixo de 12 anos ainda não têm maturidade suficiente para tomar decisões de consumo”.

Desde março, a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) passou a recomendar às indústrias que suspendessem a propaganda de seus produtos voltados para crianças até 12 anos, “seguindo uma tendência mundial”.

Com o mercado de refrigerantes em baixa – em 2015, a produção no país caiu 5,9% na comparação com o ano anterior – e sob a mira das campanhas contra a obesidade, o setor tem apostado na diversificação do portfólio para garantir a manutenção das receitas. Neste ano, no acumulado até maio, a produção de refrigerantes acumula queda de 3,68%, segundo dados da Abir.

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