Mais perto do Oscar
Vencedores do Globo de Ouro serão anunciados hoje
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LEONARDO CRUZda Folha de S.Paulo
A saga de um homem que remoça a cada dia, um conto de fadas contemporâneo indiano, os bastidores de uma entrevista com um ex-presidente dos EUA, a cinebiografia de um político gay e a mais nova aventura de um homem-morcego. Esses são os temas dos longas que despontam como principais candidatos às cinco vagas de melhor filme do Oscar 2009.
Divulgação
Brad Pitt e Cate Blanchett em “O Curioso Caso de Benjamin Button”; longa é um dos favoritos a uma das cinco indicações ao Oscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará seus indicados no dia 22, mas a temporada de prêmios paralelos nos EUA já ferve e permite apontar cinco favoritos para a categoria principal do Oscar: “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Slumdog Millionaire”, “Frost/Nixon”, “Milk – A Voz da Igualdade” e “Batman -O Cavaleiro das Trevas”.
O Globo de Ouro, peça importante dessa temporada paralela, será entregue em Los Angeles hoje, a partir das 23h, com exibição pelo canal pago TNT. É a cerimônia da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, que há 66 anos escolhe seus preferidos em 20 categorias de cinema e TV. Depois do Oscar, é o prêmio de maior prestígio na indústria do cinema dos EUA.
Dos cinco favoritos acima, três disputam o Globo de melhor filme dramático.
“O Curioso Caso de Benjamin Button” é a bela versão do cineasta David Fincher para um conto dos anos 1920 de F. Scott Fitzgerald. Essa fábula sobre o tempo tem Brad Pitt como o personagem do título, um homem de relógio biológico invertido, que nasce velho e vai rejuvenescendo. E Cate Blanchett como a mulher que acompanha as fases dessa regressão física e mental.
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“Slumdog Millionaire”, de Danny Boyle, é uma das surpresas da temporada de premiações
“Slumdog Millionaire” (milionário vira-lata) também mostra uma trajetória de vida incomum, mas por meio de um reality show. No filme, um adolescente indiano pobre tem a chance de ficar rico no “Show do Milhão” local. Como que por encanto, todas as perguntas do programa estão ligadas à biografia do garoto _para contá-la, o diretor Danny Boyle (“Trainspotting”) usa flashbacks e cenas do jogo televisivo.
Ao contrário desses dois, “Frost/Nixon” não tem nada de fabular. O longa de Ron Howard (“Uma Mente Brilhante”) reconta a famosa entrevista de 1977 do apresentador de TV David Frost com Richard Nixon _na primeira vez em que o ex-presidente dos EUA admitiu publicamente ter culpa pelo escândalo de Watergate.
Além do Globo de Ouro, “Button”, “Slumdog” e “Frost/Nixon” já têm indicações nas categorias principais dos prêmios de quatro grandes sindicatos da indústria: dos atores (SAG), dos diretores (DGA), dos produtores (PGA) e dos roteiristas (WGA).
As festas dessas entidades, especialmente das três primeiras, são um termômetro muito mais preciso do que o Globo de Ouro para medir quem tem chances reais no Oscar de melhor filme, por uma razão simples: muitos de seus membros também votam na Academia, ao contrário dos quase 90 eleitores da associação de correspondentes estrangeiros.
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Cena de “Frost/Nixon”, de Ron Howard; diretor já ganhou o Oscar por “Uma Mente Brilhante”
Ou seja, dizer que o Globo de Ouro é a “prévia” do Oscar, lugar-comum em mesas de bar, transmissões de TV e cadernos culturais, é uma tremenda bobagem; trata-se de grande vitrine para promoção e lobby dos longas que buscam a estatueta, mas as verdadeiras prévias estão com as entidades de classe.
Aritmética do sucesso
A análise histórica comprova o potencial profético, quiçá mediúnico, das premiações dos sindicatos. A melhor bola de cristal é da associação de diretores _desde 1990, 83% dos longas indicados no prêmio do DGA também ficaram entre os finalistas da Academia para melhor filme. E, por quatro anos seguidos, de 2002 a 2005, os cinco indicados do DGA se repetiram nas cinco vagas da principal categoria do Oscar.
O percentual continua alto na comparação entre o prêmio dos produtores e o Oscar: 76% de coincidência de indicados nos 19 anos de existência da cerimônia do PGA. No cruzamento com a festa dos atores, o número cai um pouco _respeitáveis 65% em 13 anos que o SAG oferece a um filme a honraria de melhor elenco.
Mas a matemática dos sonhos dos estúdios está na soma de êxitos nesses três sindicatos. Até hoje, só 34 filmes foram simultaneamente finalistas de DGA, PGA e SAG _31 deles, ou 91%, também foram indicados a melhor filme no Oscar.
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Sean Penn é o protagonista do drama “Milk”, dirigido por Gus Van Sant, em que faz um ativista que luta pelos direitos dos gays
E quem tem essa trinca de ouro neste ano? “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Slumdog Millionaire”, “Frost/Nixon” e “Milk – A Voz da Igualdade”, favoritos absolutos, os números não mentem, a ficar com quatro das cinco vagas de melhor filme.
O quinto posto tende para “Batman”, indicado nos prêmios de diretores e produtores. Quem parece ter chance de derrubá-lo é “Dúvida”, drama sobre pedofilia numa paróquia americana, com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman _o longa já tomou o lugar do cavaleiro das trevas entre os finalistas do sindicato dos atores.
Ainda correndo por fora está “Wall-E”, um dos favoritos da crítica nos EUA, mas que tem contra si o fato de uma animação nunca ter sido indicada à categoria principal do Oscar.
Editoria de arte/Folha imagem
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LEONARDO CRUZda Folha de S.Paulo
A saga de um homem que remoça a cada dia, um conto de fadas contemporâneo indiano, os bastidores de uma entrevista com um ex-presidente dos EUA, a cinebiografia de um político gay e a mais nova aventura de um homem-morcego. Esses são os temas dos longas que despontam como principais candidatos às cinco vagas de melhor filme do Oscar 2009.
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Brad Pitt e Cate Blanchett em “O Curioso Caso de Benjamin Button”; longa é um dos favoritos a uma das cinco indicações ao Oscar
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará seus indicados no dia 22, mas a temporada de prêmios paralelos nos EUA já ferve e permite apontar cinco favoritos para a categoria principal do Oscar: “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Slumdog Millionaire”, “Frost/Nixon”, “Milk – A Voz da Igualdade” e “Batman -O Cavaleiro das Trevas”.
O Globo de Ouro, peça importante dessa temporada paralela, será entregue em Los Angeles hoje, a partir das 23h, com exibição pelo canal pago TNT. É a cerimônia da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, que há 66 anos escolhe seus preferidos em 20 categorias de cinema e TV. Depois do Oscar, é o prêmio de maior prestígio na indústria do cinema dos EUA.
Dos cinco favoritos acima, três disputam o Globo de melhor filme dramático.
“O Curioso Caso de Benjamin Button” é a bela versão do cineasta David Fincher para um conto dos anos 1920 de F. Scott Fitzgerald. Essa fábula sobre o tempo tem Brad Pitt como o personagem do título, um homem de relógio biológico invertido, que nasce velho e vai rejuvenescendo. E Cate Blanchett como a mulher que acompanha as fases dessa regressão física e mental.
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“Slumdog Millionaire”, de Danny Boyle, é uma das surpresas da temporada de premiações
“Slumdog Millionaire” (milionário vira-lata) também mostra uma trajetória de vida incomum, mas por meio de um reality show. No filme, um adolescente indiano pobre tem a chance de ficar rico no “Show do Milhão” local. Como que por encanto, todas as perguntas do programa estão ligadas à biografia do garoto _para contá-la, o diretor Danny Boyle (“Trainspotting”) usa flashbacks e cenas do jogo televisivo.
Ao contrário desses dois, “Frost/Nixon” não tem nada de fabular. O longa de Ron Howard (“Uma Mente Brilhante”) reconta a famosa entrevista de 1977 do apresentador de TV David Frost com Richard Nixon _na primeira vez em que o ex-presidente dos EUA admitiu publicamente ter culpa pelo escândalo de Watergate.
Além do Globo de Ouro, “Button”, “Slumdog” e “Frost/Nixon” já têm indicações nas categorias principais dos prêmios de quatro grandes sindicatos da indústria: dos atores (SAG), dos diretores (DGA), dos produtores (PGA) e dos roteiristas (WGA).
As festas dessas entidades, especialmente das três primeiras, são um termômetro muito mais preciso do que o Globo de Ouro para medir quem tem chances reais no Oscar de melhor filme, por uma razão simples: muitos de seus membros também votam na Academia, ao contrário dos quase 90 eleitores da associação de correspondentes estrangeiros.
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Cena de “Frost/Nixon”, de Ron Howard; diretor já ganhou o Oscar por “Uma Mente Brilhante”
Ou seja, dizer que o Globo de Ouro é a “prévia” do Oscar, lugar-comum em mesas de bar, transmissões de TV e cadernos culturais, é uma tremenda bobagem; trata-se de grande vitrine para promoção e lobby dos longas que buscam a estatueta, mas as verdadeiras prévias estão com as entidades de classe.
Aritmética do sucesso
A análise histórica comprova o potencial profético, quiçá mediúnico, das premiações dos sindicatos. A melhor bola de cristal é da associação de diretores _desde 1990, 83% dos longas indicados no prêmio do DGA também ficaram entre os finalistas da Academia para melhor filme. E, por quatro anos seguidos, de 2002 a 2005, os cinco indicados do DGA se repetiram nas cinco vagas da principal categoria do Oscar.
O percentual continua alto na comparação entre o prêmio dos produtores e o Oscar: 76% de coincidência de indicados nos 19 anos de existência da cerimônia do PGA. No cruzamento com a festa dos atores, o número cai um pouco _respeitáveis 65% em 13 anos que o SAG oferece a um filme a honraria de melhor elenco.
Mas a matemática dos sonhos dos estúdios está na soma de êxitos nesses três sindicatos. Até hoje, só 34 filmes foram simultaneamente finalistas de DGA, PGA e SAG _31 deles, ou 91%, também foram indicados a melhor filme no Oscar.
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Sean Penn é o protagonista do drama “Milk”, dirigido por Gus Van Sant, em que faz um ativista que luta pelos direitos dos gays
E quem tem essa trinca de ouro neste ano? “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Slumdog Millionaire”, “Frost/Nixon” e “Milk – A Voz da Igualdade”, favoritos absolutos, os números não mentem, a ficar com quatro das cinco vagas de melhor filme.
O quinto posto tende para “Batman”, indicado nos prêmios de diretores e produtores. Quem parece ter chance de derrubá-lo é “Dúvida”, drama sobre pedofilia numa paróquia americana, com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman _o longa já tomou o lugar do cavaleiro das trevas entre os finalistas do sindicato dos atores.
Ainda correndo por fora está “Wall-E”, um dos favoritos da crítica nos EUA, mas que tem contra si o fato de uma animação nunca ter sido indicada à categoria principal do Oscar.
Editoria de arte/Folha imagem