Paulo Davim quer cotas mais justas no futebol brasileiro‏

Senadores querem cotas mais justas no futebol brasileiro

Emissoras de televisão, dirigentes esportivos e patrocinadores participaram da Audiência Pública no Senado Federal

A disparidade na distribuição das cotas de patrocínio do campeonato brasileiro de futebol dominou as discussões, ontem, quarta-feira, 13 de junho, na audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado Federal.  A iniciativa conjunta do senador Paulo Davim (PV-RN) e do senador Paulo Paim (PT-RS) de debater as distorções nas cotas pagas pelas emissoras de televisão aos clubes, os quais participam de todas as divisões do campeonato, atraiu dirigentes esportivos, representantes dos patrocinadores e outros senadores. Porém, foi extremamente lamentada a ausência de representantes oficiais da Confederação Brasileira de Futebol.

O representante das organizações Globo, que detém os direitos de transmissão da séria A do campeonato, Marcelo Campos Pinto defendeu a divisão atual das cotas, afirmando que o Brasileiro tem a melhor distribuição de recursos entre os maiores campeonatos nacionais. Mas foi questionado pelo senador Paulo Davim que apontou a enorme disparidade entre os recursos destinados a série A em relação aos valores da série B. Segundo dados da própria Globo, os clubes da elite do futebol Brasileiro recebem cerca de um bilhão e duzentos milhões de reais e os série B apenas trinta sete milhões durante a realização campeonato.

Para o líder do PV no Senados, senador Paulo Davim, a diferença de tratamento provoca duas situações distintas aos clubes que não pertencem à elite: uma segregacionista e outra condenatória. A segregação evita o encontro dos clubes, principalmente do Norte e Nordeste, com os grandes clubes do Centro-Sul do país. Com isso não há um intercâmbio possibilitando grandes públicos nos estádios. A condenatória faz com que os clubes fora da elite percam a capacidade de investir nas divisões de base, impedindo assim o surgimento de novos talentos.

“Por falta de dinheiro, os clubes deixam de cumprir um importante papel social. Que é o de oferecer alternativas para os jovens. Quanto talento deixou de ser revelado, por exemplo, no Nordeste por falta de infraestrutura dos clubes? Isso tem que ser revisto”, indagou o senador Paulo Davim.

Durante a audiência foram discutidas ainda alternativas para desonerar os clubes com a redução da carga tributária, como propôs o presidente da Liga de Futebol do Nordeste, Eduardo Serrano da Rocha.

Participaram da audiência também o representante da Rede Bandeirantes de Televisão, Juca Silveira, o Senador Zezé Perrela, ex-presidente do Cruzeiro de Minas Gerais, Alexi Portela Júnior, presidente do Vitória da Bahia e Senadora Ana Amélia (PP-RS) que presidiu a mesa. Agora, o próximo passo vai ser elaborar um documento com as sugestões levantadas para ser encaminhado a CBF e servir de base para as próximas discussões.

Texto: Luiz Jorge Natal/Senado Federal

Assessoria de Imprensa: Sheyla Azevedo

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