Emparn aposta em chuvas até início de março

Depois das chuvas dos últimos dias, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) cria boas expectativas para agropecuaristas quanto à previsão meteorológica. A água que caiu no Vale do Assu (entre 40 mm e 60 mm), Vera Cruz (13,5 mm), Nova Cruz (12 mm), Seridó (sobretudo Caicó e Fernando Pedroza), Mossoró e Natal (0,7 mm) deve continuar até o início de março, mês em que inicia o outono no Hemisfério Sul – a mudança de estação, aliada a elevação de temperatura do Atlântico Norte altera movimentos dos ventos alísios, fenômeno de forte influência climática em regiões próximas à Linha do Equador.

“Teremos boas chuvas no interior até o começo de março, o que dará a possibilidade de umedecer o solo e contribuir com a agricultura”, diz Gilmar Bristot, meteorologista da Emparn. Diante de um processo que ocorre em todos os verões, o oceano Atlântico Norte está mais quente que o Sul por ser isolado no hemisfério, em contato apenas com o Polo Norte e o próprio Atlântico Sul – enquanto o mar que banha o Brasil interage com o Índico e o Pacífico. Isso altera o movimento dos ventos na Zona de Convergência Tropical (ZCIT), uma das quatro áreas que compoem a atmosfera terrestre, o que afeta o volume das chuvas.

“Fevereiro é um mês importante no deslocamento dos ventos, dentro de uma linha de estabilidade que traz as chuvas”, diz o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot. De acordo com o especialista, a água demora cerca de 30 dias para acusar a mudança climática. Portanto, o aquecimento iniciado em dezembro passado, com o auge do verão, tem reflexo apenas agora. E como existe um movimento natural da Zona de Convergência Tropical em direção ao norte, ou seja, para longe do Equador, aumenta a exposição à secas e nevascas – de acordo com o continente.

“Esse aquecimento das águas não é bem esclarecido. São muitas variáveis, como grau de sanilidade e correntes marítimas. O que sabemos é que a água leva um tempo para responder às condições climáticas”. Resposta que começa a aparecer no Rio Grande do Norte com os 18 pontos que registraram chuvas, entre os últimos dias 08 e 14. Dentro de uma linha geográfica que parte do Maranhão e passa pelo Piauí e Ceará, o Estado apresenta as mesmas características, o que leva o meteorologista a apostar em manutenção do cenário nublado nas semanas subseqüentes.

Fonte:JH

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