Importação de médicos é “vergonha nacional”, dizem entidades médicas

Melhoria da saúde pública é uma das principais bandeiras dos protestos que agitam o país – Foto: Agencia Brasil

Uma das medidas anunciadas ontem pela presidenta Dilma Rousseff, em cadeia de rádio e TV, a importação imediata de milhares de médicos estrangeiros foi repudiada, neste sábado (22) por quatro entidades médicas nacionais. Segundo a nota divulgada por elas, a vinda de médicos de outros países para o Brasil “simboliza uma vergonha nacional” e expõe a população pobre a riscos. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde a falta os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS)”, afirma o texto (veja a íntegra) assinado pela Associação Médica Brasileira (AMB), pela Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam).

A melhoria da saúde pública, um dos pedidos mais reiterados nas manifestações que agitam o país nas últimas semanas, só será possível com a ampliação de investimentos, asseguram as entidades. “O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde. É assim o Brasil terá a saúde e os “hospitais padrão Fifa”, exigidos pela população, e não com a importação de médicos”, sustenta a nota. Hoje o Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes quando a média recomendada por organismos internacionais é de 2,7 médicos por mil habitantes.

As entidades reclamam que os médicos estrangeiros que atuarem no Brasil sem a devida revalidação de seus diplomas poderão apresentar conhecimentos insuficientes para atender a população brasileira. Essas quatro organizações, que já haviam se manifestado contra a importação de médicos, também destacam que o governo brasileiro investe menos na saúde do que países vizinhos com economia mais frágil.

“Onde estão as medidas para dotar os serviços de infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$ 17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram aplicados como deveriam, em 2012? Por que vetaram artigos da Emenda Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido uma revolução na saúde?”, questionam as entidades. As organizações prometem recorrer à Justiça para impedir que médicos estrangeiros passem a exercer a atividade no Brasil sem passar pela revalidação de seus diplomas.

Veja a íntegra da nota divulgada pelas quatro entidades médicas nacionais

Fonte:Congresso em Foco

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